domingo, 18 de maio de 2014

Negociação com presos rebelados que mantêm reféns é suspensa em SE


17/05/2014 21h38 - Atualizado em 17/05/2014 22h27


Cerca de 120 familiares de detentos estão impedidos de deixar o presídio.


Quatro agentes penitenciários permanecem reféns em rebelião em Aracaju.

Marina Fontenele Do G1 SE

Cerca de 120 familiares de detentos (de azul) estão impedidos de deixar o presídio (Foto: Reprodução/TV Sergipe)Cerca de 120 familiares de detentos (de azul) estão impedidos de deixar o presídio

Estão suspensas as negociações com os detentos rebelados deste às 11h deste sábado (17) no Complexo Penitenciário Advogado Jacinto Filho (Compajaf), localizado no bairro Santa Maria em Aracaju (SE). Eles mantêm reféns quatro agentes penitenciários, um deles está ferido na cabeça, mas sem gravidade. Além disso, cerca de 120 familiares que estavam na unidade para visitação também foram impedidos de deixar o local, inclusive mulheres, crianças e idosos. Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), as negociações serão retomadas na manhã de domingo (18). Os rebelados ainda têm à disposição água e energia.



“Os familiares não são considerados reféns apesar de estarem impedidos de sair da unidade. Na verdade eles são potenciais reféns porque muitos podem estar lá para proteger os parentes presos. Também não acreditamos que os detentos fossem machucar suas próprias famílias. Já os agentes penitenciários são chamados de reféns porque estão sendo ameaçados enquanto estão lá dentro”, explica o comandante-geral da Polícia Militar de Sergipe, Maurício Iunes.


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No momento do tumulto os presos mataram um dos cães utilizados para na revista. Os agentes são funcionários da Fundação Reviver, administradora do presídio. Eles permanecem sob a ameaça dos detentos, que estão munidos com armas brancas de produção própria feitas com pedaços de ferro, madeira e plástico.

Os reféns foram rendidos nos final do horário para a entrada da visitação, no momento em que um deles fechava a Ala D. Outros dois agentes conseguiram escapar da abordagem.  A ação rápida dos policiais impediu que a rebelião se estendesse pelas outras três alas do Compajaf.

O líder do movimento exigiu a presença da imprensa e um repórter cinematográfico da TV Sergipe, afiliada da Rede Globo, juntamente com outros colegas de profissão entraram na unidade para registrarem a situação. Nas imagens, familiares e detentos aparecem em aparente tranquilidade. Os rebelados também pedem a transferência de alguns presos da unidade, além de melhores condições de tratamento e menos regras para a entrada das visitas.


Detentos se aproximam da grade para conversar com negociadores (Foto: Reprodução/TV Sergipe)Detentos se aproximam da grade para conversar com negociadores 
 
 
“Não temos como prever quanto tempo essa rebelião vai durar. Por enquanto os presos estão tranquilos e representantes da segurança e do sistema penitenciário estão reunidos no local para discutir quais medidas que serão tomadas”, afirma Iunes.



Do lado de fora do Compajaf, a polícia delimitou um espaço de segurança para que outros parentes não se aproximem com complexo penitenciário. Durante a espera por notícias no local, o clima é de tensão.

No presídio, que é considerado de segurança máxima, existem cerca de 480 presos por vários crimes como homicídios, latrocínios, estupros, roubos, estelionato, entre outros. A unidade não está superlotada. A última grande rebelião no local foi há dois anos e durou cerca de 26 horas.

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