sábado, 24 de maio de 2014

É muita cara de pau. "Laranja" de Paulo Roberto Costa diz que trouxe para o Brasil empresa que está aqui há 100 anos. E que por isso recebia gordas comissões.


A revista Época está nas bancas com mais uma denúncia demolidora contra a Petrobras, fruto da apreensão de 36 pen drives no apartamento do ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, recentemente libertado por Teori Zavascky. Este ministro do STF foi indicado por Dilma que, como todos sabem, era presidente do Conselho de Administração da companhia quando lá aconteceram os maiores escândalos. 

Época, em matéria de Diego Escosteguy analisou apenas um dos casos em que Paulo Roberto Costa, através de "laranjas", recebia propina para fechar contratos. A empresa envolvida é uma gigante da logística global, a Maersk. O "laranja" neste contrato, segundo a revista, era Wanderley Gandra. E não era apenas um parceiro de negócios. Gandra jogava buraco em mesas organizadas por Paulo Roberto. Eram amigos. Pelo contrato, uma empresa ligada à Maersk se comprometia a pagar a comissão de 1,25% a Gandra, por carga transportada no navio DS Performer. Outros 1,25% deveriam ser pagos à Maersk do Brasil, subsidiária da empresa dinamarquesa. Nos anos seguintes, contratos semelhantes foram fechados.

Como justificativa para o recebimento de comissões, Gandra declarou à revista que a intermediação de contratos da Petrobras com a Maersk é uma “coisa perfeita, absolutamente normal”. “O que tem de errado? A empresa paga todos os impostos.” Ele disse ter sido o responsável por trazer a Maersk para o Brasil. “Expliquei que o Brasil tinha potencial muito grande.”

Segundo reportagem publicada na Revista Exame em abril de 2013, a Maersk completou 100 anos de atividades no Brasil. Lá está que a empresa investiu U$ 2,2 bilhões para construir 16 navios. Justamente os navios que a Petrobras contrata, pagando propina para mais um "laranja" do ex-diretor da Petrobras.

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