Jilmar Tatto, imperador das lotações em São Paulo, muitas delas nem
tão regularizadas, é o protetor e financiador do deputado petista amigo
do PCC.
O presidente estadual do PT em São Paulo, Emídio de Souza,
cobrará explicações do deputado estadual Luiz Moura (PT) sobre sua
presença em
encontro com integrantes da facção criminosa PCC. Segundo informações da
cúpula da polícia, ao menos 13
membros do PCC participaram da reunião com o parlamentar, em março deste
ano,
na sede da cooperativa Transcooper. A informação foi revelada ontem pela
Folha. O deputado, aliado do secretário municipal de Transportes,
Jilmar Tatto, integra a diretoria da cooperativa.
Segundo a Folha apurou, o diagnóstico do partido é o de que
a denúncia é grave, mas que os fatos revelados até agora não são suficientes
para que se aplique uma punição ao petista. Na segunda-feira (26), o tema deverá ser tratado em reunião
da Executiva Estadual do PT em São Paulo. "Nós vamos conversar com ele [Luiz Moura] e ouvir o que
ele tem a dizer. Nós estamos avaliando a situação", disse o presidente
estadual do PT.
A reunião investigada pela Polícia Civil foi realizada na
sede da Transcooper, cooperativa da qual o deputado petista faz parte, segundo
documentos da Junta Comercial de São Paulo. A empresa tem a permissão da
prefeitura para explorar linhas de ônibus em três áreas da cidade. Nos últimos três anos, durante as gestões de Gilberto Kassab
(PSD) e Fernando Haddad (PT), a cooperativa teve um faturamento total, sem
considerar eventuais descontos, de R$ 1,8 bilhão na cidade, segundo informação
da SPTrans.
HADDAD
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou na
sexta-feira (23) que só poderá avaliar a possibilidade do contrato com a
cooperativa ser cancelado caso o teor da investigação da Polícia Civil seja
enviado à prefeitura de São Paulo. "Nós não recebemos nada oficialmente da polícia a esse
respeito. Então, se há alguma informação relevante para a prefeitura, quem tem
a informação tem de tomar a iniciativa de nos encaminhar", afirmou.
O presidente do PSDB em São Paulo, Duarte Nogueira, informou
que o seu partido estuda ingressar com representação no Ministério Público
estadual para que o caso seja apurado. Segundo ele, a iniciativa da legenda será discutida em
reunião na segunda. "Essa é uma denúncia gravíssima e ela precisa ser
investigada mais a fundo. Nós acionamos o setor jurídico do partido que avalia
a possibilidade de ingressar com uma representação", disse. (Folha de São Paulo)
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