No papel e
no horário eleitoral, por enquanto ao menos, a presidente Dilma
Rousseff dispõe de um latifúndio. Na prática, como diria aquele, é
“menas verdade”. O tucano Aécio Neves esteve neste sábado em Porto
Alegre para o pré-lançamento da candidatura da senadora Ana Amélia (PP)
ao governo do Rio Grande do Sul. Embora o partido da senadora,
oficialmente, faça parte da base aliada a Dilma, PP, PSDB e
Solidariedade (SDD) gaúchos estarão juntos na disputa local e na
nacional. O evento ocorreu na Assembleia Legislativa.
Segundo a
última pesquisa Ibope, o governador Tarso Genro (PT), que concorre à
reeleição, tem 31% das intenções de voto, contra 38% de Ana Amélia. O
PP, um dos partidos mais bem-estruturados do Rio Grande do Sul — conta
136 das 497 Prefeituras —, tinha pouco mais de um minuto de tempo de TV.
Com o apoio das duas legendas de oposição, ganhará quase quatro minutos
a mais. Para o senador tucano, o apoio é importantíssimo: o PSDB tem
apenas um deputado federal do estado e 21 Prefeituras.
Aezão
No Rio, será lançado no dia 5, informou o Globo,
será lançado o “Movimento Aezão”, composto de fatias do PMDB e de
partidos da base aliada ao governo do Rio que aderiram à campanha de
Aécio Neves à Presidência. Além de peemedebistas, estarão presentes
representantes do PP, do PSD (que já anunciou apoio a Dilma) e do PPS
(que está com Eduardo Campos). O evento foi anunciando anteontem pelo
próprio Aécio: “Vamos reunir centenas de lideranças políticas,
prefeitos, deputados; esses partidos vão reunir suas bases. Eu diria que
é realmente o start da nossa campanha no Rio. É a nossa grande
largada”.
Oficialmente,
Pezão apoia a reeleição da presidente. Indagado se convidaria o
governador para o encontro, respondeu o tucano: “Pezão é o anfitrião não
desse ato, mas do Rio. Esse conjunto de partidos, pelo menos uma parte
importante deles, apoia o Pezão. É um movimento de apoio à nossa
candidatura e à do Pezão”.
Dissidências
O Planalto está preocupado com as
dissidências. A resposta a esse tipo de movimento é sempre muito
difícil. Se o partido se deliga da base e passa a apoiar um candidato
adversário, a reação é a óbvia: cortam-se os cargos e pronto, e a
legenda passa para ao campo adversário. Sem o rompimento formal, não há
muito o que fazer. Se o Planalto decide endurecer, a coisa pode piorar.
Nas três
últimas eleições presidenciais, o PSDB é que via aliados seus se
desgarrando e indo para o campo adversário; o PT, ao contrário, só
recebia adesões. Hoje, a situação é inversa. Antes dado como certo, o
apoio do PR à reeleição de Dilma também é considerado incerto pelo
Planalto.
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