09/05/2014
às 15:32
Ser
empresário no Brasil é um inferno. Conhecendo a legislação e as
exigências, os empreendedores brasileiros merecem ser alçados ao panteão
dos heróis. Se não é poderoso o bastante para ter uma estrutura
gigantesca só para cuidar dos nós burocráticos, pode passar boa parte do
seu tempo cuidando do emaranhado fiscal, por exemplo — e pagando
impostos.
Quando o
capitalismo brasileiro vira papelório no mercado financeiro, no entanto,
aí temos amarras de menos. Basta conversar com quem conhece. A
frequência com que alguns tubarões lucram milhões — e pode chegar a
bilhões, não é? — em razão de informações privilegiadas chega a ser
espantosa. É o caso Eike? Não sei. Que se apure. Alguns figurões que
andam por aí estariam na cadeia nos EUA há muito tempo.
Antes que
prossiga, faço aqui uma ressalva importante. Sinto certo desconforto ao
perceber que o antes “homem de ouro” virou a “Geni do Brasil”. É preciso
tomar cuidado, sim, para que o ressentimento não seja maior do que o
sentido de justiça. Dito isso, sigamos.
Se Eike
fez o que não pode, que seja punido. Mas noto que, na relação com o
ex-bilionário, muita gente foi enganada mais por si mesma do que por
ele, não é? Não entendo nada de petróleo. Não conheço a rotina das
apostas nessa área. Mas sempre esteve tão claro para mim que ele havia
se tornado multibilionário vendendo esperanças! E não havia ingênuos
naquele jogo.
Reitero:
isso não exclui eventuais ações ilegais, criminosas etc. Apenas chamo a
atenção para o fato de que alguns dos que se querem agora suas vítimas
foram também protagonistas. No mais, lei nele!
Nenhum comentário:
Postar um comentário