sexta-feira, 9 de maio de 2014

Manobras adiam CPIs para o período da Copa





Devido a sucessivas manobras articuladas pelo Palácio do Planalto e pela base governista no Congresso, as investigações das CPIs da Petrobras no Congresso correm o risco de só começar às vésperas da Copa do Mundo, que tem início no dia 12 de junho. 

No atual ritmo, os trabalhos tendem a se desenvolver perto do Legislativo entrar em "recesso branco", com apenas uma semana de atividades previstas para a Câmara e o Senado no mês de junho. 


O ritmo reduzido de trabalhos vai até o fim de outubro, após o segundo turno das eleições. O calendário especial foi antecipado para que congressistas possam assistir aos jogos da Copa. Em ano eleitoral não há votações no Congresso a partir de julho. 

Com o apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o governo pretende protelar o início das investigações para que o esvaziamento natural do Congresso inviabilize os trabalhos. 


A CPI da Petrobras exclusiva do Senado só vai começar de fato a funcionar no dia 20 de maio. Renan tem até quarta-feira para indicar os três membros da oposição que vão integrar a comissão. PSDB e DEM se recusaram ontem a escolher os nomes porque defendem a CPI mista. 

"É um protesto político nosso, não vamos participar dessa farsa. Quem o senador indicar não vai participar da CPI", disse o líder do PSDB, Aloysio Nunes Ferreira (SP). 

O governo insiste que a CPI exclusiva do Senado deve ser instalada no Congresso ao lado da CPI do cartel do Metrô de São Paulo, apresentada pelo PT em retaliação às investigações que podem atingir a Petrobras. Renan ainda não pediu oficialmente aos partidos para indicarem os membros da CPI do Metrô. 

Em maior número –com 10 das 13 cadeiras–, os governistas têm mais chances de controlar as investigações na CPI da Petrobras do Senado. A oposição promete divulgar os nomes dos partidos que não indicarem os membros da comissão mista. Até agora, PT, Pros e PSD não escolheram os deputados que vão participar dessa investigação. 


Colaborou MARIANA HAUBERT, FOLHA de São Paulo de Brasília


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