RENATO RIELLA
O brasileiro resolveu fazer injustiça com as próprias mãos.
Lancei esta frase no ano passado e hoje vejo o Correio Braziliense aproveitando bem a ideia no título do seu editorial.
O povo percebe que a Justiça não funciona e começa a reagir de forma irracional, criminosa e mortal.
O noticiário de hoje mostra que, depois do trucidamento da dona de casa Fabiane, os “justiceiros” do tráfico estão “julgando”, “condenando” e executando alguns dos que participaram do linchamento.
E assim vai. Ônibus são queimados em qualquer protesto, bandidos miúdos são espancados e amarrados em postes, e mortes começam a ocorrer aqui ou ali, chegando ao conhecimento do público pelos diversos meios de informação.
Ninguém está focado na discussão desse fenômeno que cresce. Na falta de Justiça, o brasileiro está fazendo injustiça com as próprias mãos.
Vai piorar. Essa hemorragia só se estancará num próximo governo, se houver aprofundamento na discussão do problema.
Enquanto não tivermos certeza de Justiça, muitos inocentes poderão ser executados nas ruas, mas muitos culpados receberão a pena que o Estado não consegue executar.
O Brasil precisa de um novo pacto social, liderado por um estadista. Mas quem? Quem?
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