quinta-feira, 24 de julho de 2014

No ranking dos países com melhor IDH, Brasil sobe uma posição e é o 79º


  Foram analisados os cenários de 187 países, levando-se em conta três critérios: vida longa e saudável, educação e padrão de vida decente 

 
Publicação: 24/07/2014 02:05 Correio Braziliense

Aumento na taxa de emprego trouxe melhorias para a população
 (Paulo H. Carvalho/CB/D.A Press)
Aumento na taxa de emprego trouxe melhorias para a população


Um país que mantém uma curva ascendente de desenvolvimento desde os anos 1980, mas ainda luta para superar a desigualdade social. É esse o Brasil retratado pelo relatório do Desenvolvimento Humano 2014, lançado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), da Organização das Nações Unidas (ONU), na madrugada desta quinta-feira (24/7), em Tóquio. Como nos anos anteriores, o Brasil melhorou seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Diferentemente do ano passado, quando ficou estagnado no ranking mundial, dessa vez conseguiu subir uma posição na lista.

Foram analisados os cenários de 187 países, levando-se em conta três dimensões para consolidar o IDH 2013: vida longa e saudável, educação e padrão de vida decente. Nessa lista, o Brasil está em 79º lugar, mantendo a classificação de alto IDH. No índice de 2012, ocupava a 80º posição. No ano passado, o Pnud havia divulgado que o Brasil estava 85º lugar no IDH 2012. A mudança se deve à revisão da metodologia, que foi aplicada a todos os anos para ser possível desenhar a série histórica. Na escala de 0 a 1, em que o 1 é o melhor índice possível, o país está com 0.744, contra 0.742 no ano passado.


Ainda que tímido, o crescimento foi bem avaliado por especialistas do Pnud, que destacam o Brasil como um dos 18 países, entre os 102 que têm alto ou muito alto IDH, que conseguiram melhorar no ranking. Eles atribuem o crescimento constante a ações políticas, como o investimento em programas sociais, o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), a busca pela estabilidade econômica e a expansão do acesso a universidades.

O coordenador-residente do Sistema Nações Unidas no Brasil e representante-residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) Jorge Chediek avalia que o desafio do Brasil e de outros países é consolidar os avanços. %u201CQueremos sociedades que não só progridem, mas que mantenham esse progresso. A vulnerabilidade é o processo que destrói ou limita oportunidades%u201D, diz.

Como manter o progresso humano em todo o mundo é o tema do relatório do Pnud, que pede atenção às vulnerabilidades da sociedade. Para Chediek, é preciso colocar a resiliência como fator central de compromisso. %u201CDeve-se eliminar a pobreza e também garantir que a pessoa não vai voltar à pobreza%u201D, disse.



Um dos destaques do relatório é a posição do Brasil como país que tem diminuído o índice de desemprego nos últimos anos e também de empregos informais. Nesse aspecto, o país vai contracorrente, já que a maioria dos identificados no relatório tem um aumento de desemprego e de emprego informal.

Para o sociólogo e professor da Universidade de Brasília Marcelo Medeiros a ascensão de pessoas ao emprego formal é muito positiva. %u201CPorque ela assegura garantias sociais, seguro desemprego, previdência e é uma boa proteção contra a discriminação%u201D, avalia.

Medeiros diz que há uma mudança geral no comportamento do mercado de trabalho de diminuição relativa nos salários mais altos e aumento nos mais baixos. Em parte, isso ocorre por causa do aumento do salário mínimo, o que influencia as remunerações e a previdência social. Também houve um pequeno aumento no repasse do Bolsa Família, que já não tem mais o impacto de mudança que tinha antigamente, mas ainda assim traz uma pequena redução para a desigualdade."

Nenhum comentário: