Como resta
claro, não foi o acaso que levou a Seleção Brasileira a perder para a
Alemã por 7 a 1. Também não foi um apagão, como se se tentou vender. Só
pode apagar o que aceso está. E, de fato, nunca chegamos a ter uma
equipe.
O vexame teve continuidade hoje, na derrota para a Holanda por
três a zero. Dez gols tomados em dois jogos! É a pior defesa das 20
jornadas de que o país participou.
Como se
vê, até o sósia de Felipão, que trabalha no Zorro Total, estava certo,
não é? Havia também um problema na… defesa! O conjunto da obra é
patético. Num momento de paralisação do jogo para atendimento a um
jogador da Holanda, todo o banco de reservas do Brasil se levantou para
dar “instruções técnicas” a jogadores, inclusive Neymar, que assistia à
partida. Felipão ficou sentado, apalermado, demonstrando que já não
tinha, se é que chegou a ter, o comando da equipe.
No dia 23 de junho, depois da vitória contra Camarões, escrevi aqui:
Nesse
texto, aliás, eu contestava a besteira que parte da crônica esportiva
começou a dizer, repetindo Felipão, segundo a qual seria preferível o
time brasileiro enfrentar a Holanda nas Oitavas de Final a enfrentar o
Chile. O jogo deste sábado disse tudo.
Na
primeira vez em que a Holanda conseguiu passar para o campo de ataque,
com 1min30s, Thiago Silva fez falta e derrubou Robben. Foi fora da área,
mas o juiz marcou o pênalti. Roubou para a Holanda? Bem, depende, né? O
zagueiro brasileiro deveria ter sido expulso e não foi. Com menos de
dois minutos decorridos, convenham: o primeiro gol holandês acabou sendo
um preço barato. “Ah, no segundo gol, havia impedimento…” A ruindade do
juiz não foi responsável pelo resultado melancólico. Aos 26 minutos do
primeiro tempo, a equipe brasileira havia feito uma única finalização.
Os vexames
foram se acumulando. Oscar levou um cartão amarelo por simular pênalti.
E simulou mesmo! Enquanto os jogadores brasileiros insistirem nessa
palhaçada — e isso também é resultado de um treinamento ruim —, não
vamos muito longe. Insisto, ademais, num outro aspecto: o jogo da
Seleção Brasileira, além de feio, não é dos mais leais. Não fiz a
contabilidade, mas Fernandinho deve ser o jogador com mais faltas desse
torneio. Mesmo Hernanes entrou pilhado. No primeiro lance de que
participou, fez uma falta meio grotesca. No segundo, outra.
Nunca
existiu um time. A contusão de Neymar revelou isso de forma cabal. Não
acho que o Brasil tivesse ido adiante com ele em campo, mas o vexame
talvez fosse menor porque levaria mais intranquilidade aos adversários, e
sempre haveria a possibilidade de, num lance fortuito, fazer brilhar
seu talento. Pode, no entanto, uma seleção depender de um único jogador?
A torcida
resistiu o quanto pôde. Num dado momento, houve até uma disputa entre
uma parcela que gritava “olé” quando a Holanda trocava passes, e outra
que insistia em aplaudir a equipe. Ao fim, não teve jeito: o estádio, em
uníssono, vaiou a Seleção.
Tchau, Felipão!
Felipão não se dá por vencido. Mesmo tendo
demonstrado neste sábado que não tem controle da equipe — afinal, os
jogadores da reserva é que davam instruções a quem estava em campo —,
não pediu demissão. Limitou-se a “entregar o cargo” à direção da CBF
para que ela tome a decisão. Ora, isso é o mesmo que nada. O cargo
sempre pertenceu à confederação, não é? A CBF não precisa da autorização
de Felipão para demiti-lo.
O que o
treinador quer dizer com esse gesto? Que pretende continuar; que
continua cheio de ideias. Quais? Ora, ninguém diverge muito, com uma
outra exceção, sobre o time que deve ser escalado. É mais ou menos esse
que está aí, não é? Eu gostaria de
ver esse mesmo grupo treinado por Pep Gardiola ou por Mourinho. Mas não
verei. Parece que vem Tite por aí, que me parecia o nome óbvio em 2012,
quando a CBF decidiu escolher Felpão, o homem que havia sido demitido do
Chelsea e que havia ajudado a enterrar o Palmeiras… Que seja Tite,
então! Ao menos há a possibilidade de a Seleção organizar a defesa… Pode
não levar a Copa, mas também não leva uma surra.
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