quarta-feira, 8 de outubro de 2014

No DF, segundo turno começa com negociação para ampliar alianças

Frejat negocia com integrantes da coligação de Agnelo, no esforço para chegar aos 50% dos votos

suzano.almeida@jornaldebrasilia.com.br


Um dia após garantir presença no segundo turno, Jofran Frejat (PR) passou o dia articulando adesões para sua chapa. Os alvos são partidos que estiveram ao lado do governador Agnelo Queiroz (PT) durante o primeiro turno e que agora buscam espaço junto aos candidatos que continuam na disputa.

“Ainda não podemos anunciar ninguém. Temos conversas com várias pessoas que foram candidatos, se elegeram, e outras que não conseguiram. Mas, de uma forma geral, acho que o importante é procurar a população, para que ela saiba quem se apresenta como candidato. Não há nada fechado, até porque conversei com todos eles sobre nosso programa de governo, para que possamos melhorar a situação de Brasília em um momento muito difícil”, declarou Frejat.

Aliança de 16 partidos
A coligação que apoiou a tentativa de reeleição de Agnelo contava com 16 partidos, que devem se definir entre as candidaturas de Frejat e Rodrigo Rollemberg (PSB) entre hoje e sexta-feira.
Dos nomes fortes que faziam parte da base do atual governador, está o ex-secretário de Justiça e deputado distrital Alírio Neto, presidente regional do PEN.

“Pedimos a ele para que, dentro de um entendimento, trabalhemos juntos no próximo governo. Ele ficou de conversar com seu grupo político, para me dar uma posição. O Alírio concordou com o que estava sendo apresentado e isso é um passo a frente em  possível aliança no segundo turno”, confirmou Frejat.

Alírio Neto disse que a resposta de seu grupo deverá ser dada até quarta-feira. Serão consultados os candidatos que foram eleitos e os com boa votação. além da Executiva nacional do PEN.

Frejat ainda se reuniu com  o senador Gim Argello e o distrital eleito Bispo Renato, que é do seu PR, mas esteve com Agnelo durante o governo. Também recebeu integrantes de outras coligações, como o distrital eleito Raimundo Ribeiro (PSDB) e a deputada  Eliana Pedrosa (PPS), que estavam nominalmente  na base de  Luiz Pitiman (PSDB).

Alírio e tucanos devem decidir
Caso seja confirmada a decisão por Frejat, Alírio Neto leva o PEN para o lado de adversários do governador Agnelo Queiroz. A possível decisão não causa constragimentos, segundo o deputado distrital, que ainda conta com cargos dentro do governo petista, a quem apoiou no primeiro turno.
“Não fechei uma aliança ainda, porque vou conversar com meu grupo e com a Executiva nacional.

Eu me sinto livre para decidir com quem vamos fazer aliança, depois do que aconteceu - a derrota de Agnelo ainda no primeiro turno”. declarou Alírio. Ele lembrou que o PT, partido de Agnelo, ainda não decidiu se apoiará um dos candidatos.

O diretório regional do PSDB se reuniu na noite de ontem para estudar quais os caminhos que deverá seguir, após o quarto lugar de Luiz Pitiman na disputa ao Buriti.

Segundo Raimundo Ribeiro, a decisão sobre quem o PSDB brasiliense apoiará dependerá da decisão da candidata à presidência derrotada Marina Silva (PSB). “Nossa principal preocupação é a eleição à presidência do senador Aécio Neves (PSDB). Se a Marina apoiar a Dilma Rousseff (PT), não temos como apoiar o candidato dela no DF”, afirma Ribeiro, que garante que o partido se posicionará.

Questão de drogas fornece sinalização
Contra eventual apoio do PEN a Rodrigo Rollemberg (PSB), segundo Alírio Neto, pesa a falta de posicionamento contra a legalização das drogas. Presidente regional do partido, Alírio afirma que, caso Rollemberg se mostre favorável a liberação das drogas,  “seria inviável o apoio”, já que o seu eleitorado se opõe a esse tipo de postura frente a entorpecentes. “Como eu iria explicar ao pai e a mãe que votam em mim. Ele tem que se posicionar sobre o assunto”.
Quebra-cabeças partidário

1. Parte da bancada do PT na Câmara Legislativa já decidiu que não apoiará nenhum dos dois candidatos no primeiro turno. Tem prontos os argumentos para isso. Rodrigo Rollemberg seria um “traidor” ao romper a aliança com o partido e Jofran Frejat viria do rorizismo, inimigo histórico dos petistas no Distrito Federal.

2. Nem mesmo o PT pode garantir que uma decisão de apoio tomado pelos órgãos diretivos do partido seja obedecida pelo eleitorado. Não se sabe em que medida haveria, aí, uma transferência de votos.

3. Existe a presunção de que o PT foi o responsável pela maior parte dos votos de Agnelo Queiroz, tanto nesta eleição quanto na passada, mas não há qualquer mensuração nesse sentido. Ao contrário, os 20% de votos recebidos por Agnelo estão muito abaixo da média tradicional do PT, que fica em torno dos 30%. Até Arlete Sampaio ficou mais perto dessa proporção quando perdeu para José Roberto Arruda a corrida para o Buriti.

4. Não resta dúvida de que muitos dos partidos da base de Agnelo têm mais afinidade com as forças ligadas a Frejat do que com o próprio PT, isso para não falar no PSB. É o caso de partidos mais ligados ao segmento evangélico.

5. O PMDB foi muito valorizado nas negociações com o PT pelo seu tempo de televisão. No entanto, os peemedebistas brasilienses contam com grande capilaridade nas bases eleitorais. Essa rede é muito valorizada pelos concorrentes.

Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

Comentario


Jorge Braga

Rollemberg que tá certo, antes só do que com essa quadrilha.

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