quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Falta de agua: Crise muito pior do que parece. Mas ninguem fala em reflorestamento!!!!





Crise hídrica
Falta de água em SP é fruto de otimismo injustificado, diz ANA
Segundo agência, volume morto do Cantareira está 20% negativo
Publicado: 13 de novembro de 2014 às 15:04 - Atualizado às 15:09

Sistema Cantareira tem menor nível da história (Foto: Sérgio Castro/AE)
Segundo ANA, Sistema Cantareira não tem 11% de volume morto como anunciado (Foto: Sérgio Castro/AE)


Em audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados, o diretor-presidente da ANA, Vicente Andreu Guillo, afirmou que a falta de água no estado de São Paulo é fruto de tratar com normalidade uma situação que já era crítica no começo do ano de 2014. Pelos dados da ANA, seriam necessários 100 m³ por segundo no sistema para continuar com a retirada de 23 m³ por segundo. Essa média de chuvas é superior aos máximos históricos, mesmo nos melhores anos, pelos dados da agência.


Guillo ressaltou ainda que, pelos dados da ANA, o Sistema Cantareira não tem 11% de volume morto como anunciado: ele está com 20% negativo do seu volume. “A consequência é que você perde o controle do seu sistema hídrico, e fica dependente exclusivamente do regime de chuvas”, disse.
Para Guillo, foi a persistência em olhar para o futuro de maneira otimista que colocou São Paulo numa situação pior do que deveria. “As decisões deveriam ser tomadas num cenário mais conservador, mas o governo de São Paulo agiu como se estivéssemos num período de normalidade, e não estamos”, disse.


Para demonstrar esse otimismo irreal, Guillo mostrou que, na justificativa enviada à ANA pela Sabesp, empresa responsável pelo fornecimento de água, coleta e tratamento de esgotos de 364 municípios do Estado de São Paulo, para utilização do volume morto do Sistema Cantareira, a empresa fez uma projeção de 15 m³ de água entrando nos reservatórios para o período logo posterior, mas na realidade a entrada foi de menos de 4 m³. “Além disso, não podemos fazer administração do volume morto como se ele não fosse para uso em emergência, isso é a projeção de futuro que se adapta às medidas que estão sendo tomadas no curto prazo”, informou.


Indagado se as obras que estão sendo feitas serão suficientes para resolver o problema, Guillo disse que, no curto prazo, apenas chuva e medidas restritivas, como racionamento, são possíveis. “Dizer que uma obra  resolve é tirar o foco, porque as obras começam agora, mas precisam de dois ou mais anos para entrar em funcionamento. Uma obra que está programada e pode ficar pronta em nove meses em São Paulo está ligando um rio que está seco a outro que também está seco, ou seja, você depende de chuvas”, disse.


A reunião deveria contar com vários gestores do sistema hídrico paulista, como a secretaria de Recursos Hídricos de São Paulo, e as empresas que gerem o sistema, mas todos alegaram outros compromissos e não compareceram. Também faltaram representantes do consórcio que gerencia a bacia que abrange os rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Esses são os principais rios que abastecem tanto o Sistema Cantareira de Barragens, que abastece a capital paulista, quanto as maiores cidades do interior, na região de Campinas. (Com informações da Agência Câmara)

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