ICMBio vai implementar ações até 2017 para conter redução da população.
Em quase 30 anos, houve um declínio de 30% na população de onças.
Objetivo do plano é conservar a população desta espécie em todo o Brasil
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O governo federal publicou nesta sexta-feira (20) no Diário Oficial da
União portaria que valida o Plano de Ação Nacional para conservação das
onças-pintadas, com o objetivo de implementar iniciativas para proteger a
espécie, ameaçada de extinção.O foco principal do plano é conseguir, até junho de 2017, reduzir a perda e fragmentação dos habitats desses felinos, além de diminuir o número de mortes causadas pela caça esportiva, preventiva ou mesmo para segurança pessoal. Além disso, vai disseminar informações necessárias para conservação da espécie.
Criado em 2009, deve ser implementado ainda este ano pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que designou o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (CENAP) como responsável pela implantação.
“A publicação da portaria valida o trabalho desenvolvido em parceria com a sociedade e estabelece as diretrizes de governo para a conservação da espécie”, explica Ronaldo Morato, coordenador do Cenap.
Censo das onças
No fim do ano passado, pesquisadores brasileiros avaliaram pela primeira vez a situação das onças-pintadas em cada bioma do país e constataram que este mamífero está criticamente em perigo na Mata Atlântica e na Caatinga, além de apontar uma redução de 10% na população desses felinos na Amazônia nos últimos 27 anos.
Com uma população total estimada de 55 mil espécimes, os cientistas creem que em quase três décadas houve um declínio de 30% na população efetiva, ou seja, uma queda no número de onças-pintadas capazes de se reproduzir e deixar descendentes férteis.
A fragmentação de florestas devido à urbanização, desmatamento para expansão agrícola e venda de madeira, além da caça predatória e retaliação por morte de animais domésticos ou gado estão entre os principais motivos para a redução de espécimes nos últimos anos.
O estudo atualiza informações sobre as onças-pintadas para a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), que elabora a “Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas”, que já contém 65.518 diferentes nomes de bichos e plantas que podem desaparecer nos próximos anos.
Habitat fragmentado
Na Mata Atlântica, nos últimos 15 anos houve perda de 80% da população efetiva. Entre as causas para esta redução está o desenvolvimento dos centros urbanos, que fragmenta áreas verdes necessárias para a sobrevivência das onças e eleva o risco de desaparecimento na região costeira do Brasil. Além disso, há ainda o desmatamento ilegal.
Na Caatinga, outro bioma crítico para as onças, a eliminação de indivíduos por caça e retaliação por predação de animais domésticos e gado é uma “grande ameaça”, conforme o estudo, e causa uma redução drástica de animais na região. A pesquisa sugere a existência de 250 onças-pintadas com capacidade de reprodução nesta região.
No Cerrado, onde a situação da onça-pintada está na categoria “em perigo”, há estimativa de que existam 250 espécimes que conseguem se reproduzir e gerar descendentes. De acordo com o estudo, as onças existentes estão espalhadas pelo bioma e já está comprovado um declínio populacional em consequência de atividades humanas. No Pantanal, a classificação está no patamar "vulnerável" e a população de onças é estimada em mil indivíduos.
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