Na sétima etapa da Operação Lava-Jato, a Polícia Federal prendeu
nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro, Renato Duque, ex-diretor de
Serviços da Petrobras. Ele é suspeito de participar de um esquema de
desvio de dinheiro da Petrobras maior até que o do ex-diretor Paulo
Roberto. Só um dos cúmplices de Renato Duque recebeu US$ 100 milhões,
segundo revelou ao GLOBO uma fonte vinculada às investigações.
Policiais e procuradores da força-tarefa que estão à frente da
Lava-Jato já identificaram o suposto envolvimento de Duque em pelo menos
nove transações financeiras relacionadas a desvios de dinheiro de
contratos de empreiteiras com a Petrobras. Em pelo menos sete delas, ele
teria recebido parte do dinheiro. Segundo um dos investigadores, são
somas expressivas. Duque comandou uma das mais fortes diretorias da
Petrobras.
Investigadores
suspeitam que parte do dinheiro amealhado na Diretoria de Serviços
durante a gestão de Duque abasteceu os cofres do PT. Duque ocupava o
cargo por indicação do partido. As primeiras informações sobre o
pagamento de propina da Diretoria de Serviços surgiram num depoimento de
Paulo Roberto Costa ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de
Curitiba. Mas os investigadores não se deram por satisfeito e foram
atrás de novos dados.
No decorrer da apuração, investigadores obtiveram dados detalhados
sobre o suposto pagamento de propina para Duque e outros altos
funcionários da Petrobras. Parte dos pagamentos ao ex-diretor foram
feitos no exterior. Um dos cúmplices de Duque amealhou US$ 100 milhões
em propina, algo em torno de R$ 250 milhões. Duque deve ser levado ainda
nesta sexta para Curitiba, onde deverá ser apresentado a Sérgio Moro.
A Polícia Federal deve dar entrevista coletiva, em Curitiba, para
falar sobre aspectos gerais da operação. Procuradores da força-tarefa
disseram que vão aguardar os resultados da busca para falar sobre o
assunto. Mas um deles admitiu que as descobertas sobre Duque colocam a
investigação sobre fraudes na Petrobras num patamar ainda mais elevado. -
O Brasil está ficando mais republicano. É mais um motivo para se
comemorar neste 15 de Novembro - disse o procurador.
A Justiça Federal expediu mandados de prisão também contra mais cinco
suspeitos de envolvimento com os desvios da Petrobras. Um deles tem
fortes ligações financeiras com um grande partido político. A PF também
está fazendo buscas para apreender documentos nos escritórios das
grandes empreiteiras investigadas por pagamento de propina. - É o Dia do
Juizo final - comentou um policial ao avaliar as possíveis
consequências da nova fase da Lava Jato. (O Globo)
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