Josias de Souza
Os
procuradores que atuam na Operação Lava Jato farão hora extra neste
final de semana. Fecharão o primeiro lote de denúncias contra executivos
de empreiteiras que fraudaram concorrências na Petrobras para elevar os
lucros e pagar propinas a agentes públicos.
A Procuradoria planeja protocolar as peças na Justiça nos próximos dias. Dá-se de barato que serão convertidas em ações penais.
As grandes construtoras nacionais vivem dias atípicos. Com os porões invadidos pelo instituto da delação premiada, deixaram de ser logomarcas inalcançáveis. Sentem o hálito corrosivo da lei como jamais sentiram antes. Habituaram-se aos escândalos. Mas eles não costumavam render nada além dos 15 minutos de má- fama nas manchetes. Hoje, adicionou-se à encrenca algo que o repórter Elio Gaspari chamou de “efeito Papuda”.
Tentaram um acordo com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Admitiriam a formação de cartel na Petrobras e pagariam uma multa polpuda. Mas queriam que seus executivos fossem deixados em paz. Por ora, não colou. Conversando com o preposto de um dos empreiteiros encrencados, o repórter percebeu que eles se consideram fruto do meio.
No fundo, as construtoras acham que a culpa é da sociedade. Com todas as facilidades que receberam —do direito ao sobrepreço à impunidade vitalícia— foram praticamente intimados a ser o que são. E tudo continuaria assim, não fosse a indiscrição dos delatores Paulo Roberto Costa e Alberto Yossef, cujos depoimentos puxaram outras delações, desorganizando o esquema.
É como se os mandachuvas das empreiteiras, pegos com a boca suja de óleo, esperassem que o Brasil sentisse remorso pelo que o juiz Sérgio Moro e os procuradores estão fazendo com eles. Tratam-nos como vilões irreversíveis, sem direito à atenuante do meio apodrecido que os produziu. Parece que ainda acreditam que a aliança com o amoralismo político os desobriga de levar em conta as próprias culpas.
A Procuradoria planeja protocolar as peças na Justiça nos próximos dias. Dá-se de barato que serão convertidas em ações penais.
As grandes construtoras nacionais vivem dias atípicos. Com os porões invadidos pelo instituto da delação premiada, deixaram de ser logomarcas inalcançáveis. Sentem o hálito corrosivo da lei como jamais sentiram antes. Habituaram-se aos escândalos. Mas eles não costumavam render nada além dos 15 minutos de má- fama nas manchetes. Hoje, adicionou-se à encrenca algo que o repórter Elio Gaspari chamou de “efeito Papuda”.
Tentaram um acordo com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Admitiriam a formação de cartel na Petrobras e pagariam uma multa polpuda. Mas queriam que seus executivos fossem deixados em paz. Por ora, não colou. Conversando com o preposto de um dos empreiteiros encrencados, o repórter percebeu que eles se consideram fruto do meio.
No fundo, as construtoras acham que a culpa é da sociedade. Com todas as facilidades que receberam —do direito ao sobrepreço à impunidade vitalícia— foram praticamente intimados a ser o que são. E tudo continuaria assim, não fosse a indiscrição dos delatores Paulo Roberto Costa e Alberto Yossef, cujos depoimentos puxaram outras delações, desorganizando o esquema.
É como se os mandachuvas das empreiteiras, pegos com a boca suja de óleo, esperassem que o Brasil sentisse remorso pelo que o juiz Sérgio Moro e os procuradores estão fazendo com eles. Tratam-nos como vilões irreversíveis, sem direito à atenuante do meio apodrecido que os produziu. Parece que ainda acreditam que a aliança com o amoralismo político os desobriga de levar em conta as próprias culpas.
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