Neste ano até outubro, foram 391 registros. Nesta época a incidência tende a aumentar, por causa da umidade
*Especial para o Jornal de Brasília
A incidência de escorpiões tem sido comum em várias cidades do Distrito Federal. Na madrugada do último domingo, um bebê foi picado por um escorpião na Quadra 1305 do Cruzeiro Novo, e encaminhado para o Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Ao menos 391 pessoas estiveram na mesma situação, de janeiro a outubro de 2014, segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep) da Secretaria de Saúde. Os locais com mais registros são Asa Norte (13,8%), Taguatinga (13,1%), Guará (9%) e Asa Sul (8%).
O filho de um ano e três meses do corretor de imóveis José Antônio Soares, 30, foi picado na casa dele, deixando-o aflito. “Ouvi o grito do bebê. Ele chorava muito e passava a mão no pezinho”, relembra. Antônio havia forrado a cama com lençol e colocado edredons na lateral, justamente para evitar que isso ocorresse. “Eu tinha que ter certeza se era picada de escorpião. Peguei a lanterna e procurei o animal no chão. Quando puxei a cabeceira da cama, ele estava correndo”, conta
O pé da criança ficou vermelho. O pai, desesperado, correu para o Hran. “A pediatra disse que demos sorte, porque ele não tinha soltado todo o veneno”, afirma. Depois de ficar no soro e em observação, desde as 3h, só foi liberado para casa às 8h30 de domingo. Não foi a primeira vez que José notou a presença de um escorpião na residência: “O prédio está infestado. Só na semana passada, vi três na minha casa”.
A irmã dele, Aldenir Soares, 26 anos, recepcionista, foi picada duas vezes, em junho deste ano. “Na primeira, eu estava fazendo faxina em casa. Ao recolher o lixo, o escorpião veio na minha mão. Na outra ocasião, fui pegar uma tábua de madeira na cozinha e fui atingida novamente”, relata. Ela sentia muitas dores e braço estava inchado, então, foi ao hospital. “É uma sensação horrível e a dor é insuportável. Agora, tomo mais cuidado”, relata.
Espécies comuns
Três espécies surgem no Distrito Federal com mais frequência: o
escorpião amarelo, o mais comum, de nome científico Tityus serrulatus; o
escorpião com patas rajadas, Tityus fasciolatus; e o escorpião preto,
Bothriurus araguayae. Entre os aracnídeos, os escorpiões se destacam
por terem um tempo de vida que varia entre dois e seis anos.
Limpeza é fundamental
De acordo com o biólogo Israel Martins, da Diretoria de Vigilância
Ambiental (Dival), o tempo desta época do ano propicia o aparecimento de
mais escorpiões na cidade. “Eles gostam de lugares úmidos e escuros.
Costumam estar em caixas de esgoto, de telefones, galerias de águas
pluviais e tubulações de eletricidade”, garante o profissional da
Secretaria de Saúde. A manutenção e a limpeza de quintais e locais
fechados são fundamentais para evitar transtornos.
Até hoje, não existem inseticidas para matar escorpião. “Em caso de
picada, é indispensável procurar atendimento emergencial no hospital,
para tomar o soro antiescorpiônico”, explica Israel.
É importante também comunicar a Secretaria de Saúde, pelo número
160, para que profissionais possam orientar sobre os procedimentos
necessários mais seguros. “Não adianta só matar o escorpião. É preciso
identificar por onde ele entra”, complementa.
Memória
A infestação de escorpiões também foi presenciada, no último mês,
na QNB 7 de Taguatinga. A Vigilância Ambiental no local para fazer a
inspeção e orientar os moradores.
Em maio do ano passado, a picada do bicho causou a morte de um
menino de um ano e seis meses, em uma creche do Guará II. Henrique
Moraes Mendonça Rodrigues teve parada cardior- respiratória, complicação
desencadeada pelo veneno.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
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