domingo, 11 de janeiro de 2015
(Estadão) A entrevista da senadora Marta Suplicy (PT) ao jornal O Estado de
S.Paulo, na qual ela critica a presidente Dilma Rousseff e abre fogo
contra o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e contra o
presidente do PT, Rui Falcão, gerou "indignação" e um profundo mal estar
entre parlamentares e dirigentes do partido. Para petistas ouvidos pelo
Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, Marta
demonstra "mágoa", ignora espaços conquistados dentro da legenda e
demonstra estar pavimentando sua saída do PT com o objetivo de disputar a
prefeitura de São Paulo em 2016.
"É
uma entrevista muito ruim para o partido. Essas vaidades, colocando os
interesses pessoais acima do partido, prejudicam muito. A militância vê
isso com muito maus olhos", resumiu o vice-presidente do PT, Alberto
Cantalice. "Eu lamento. A Marta teve todas as portas abertas no PT e
sempre galgou os cargos que ela almejou. Ela não deveria ficar chutando
dessa forma. Não deveria jogar para cima tudo o que o partido lhe
proporcionou", acrescentou o deputado federal Vicente Cândido (SP).
Em
entrevista publicada neste domingo, 11, a senadora e ex-ministra da
Cultura chama Mercadante de "inimigo do Lula" e "candidatíssimo" a
presidente em 2018. Sobre Falcão, alega que ele "traiu o partido e o
projeto do PT". Marta tampouco poupa a gestão Dilma e argumenta que "não
se engendraram as ações necessárias quando se percebeu o fracasso da
política econômica liderada por ela". "Em 2013, esse fracasso era mais
do que evidente", disse Marta.
O deputado
Devanir Ribeiro (PT-SP) avalia que Marta carrega uma "mágoa" por ter
sido preterida nas escolhas do partido nas últimas eleições para o
governo de São Paulo e para a prefeitura da capital. "Na política, não
se pode ter ranço ou raiva. Ela está procurando um pretexto para se
separar (do PT)", afirmou.
O deputado Vicente
Cândido (SP), por sua vez, disse que Marta tem responsabilidade pelos
vícios do PT apontados por ela na entrevista e deveria atuar para
resolvê-los internamente. "Qualquer outro partido que ela for não será
melhor do que o PT na inserção social. O PT é isso por responsabilidade
de todos e também dela. Principalmente de quem teve cargo de destaque,
como foi o caso dela".
Cândido também
criticou o relato feito por Marta sobre o movimento que pregou a
candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no lugar de
Dilma. Marta foi a principal articuladora do "Volta, Lula" e, na
entrevista, sugere que o ex-presidente incentivou em alguns momentos o
prosseguimento das conversas. "A Marta tem o cálculo errado. Muita gente
queria o Lula de volta, mas isso dependia de um gesto da Dilma. Duvido
que, se a Marta estivesse no lugar da Dilma, ela faria esse gesto, de
retirar o time de campo", afirmou o deputado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário