05/02/2014
às 18:57
Por Marcela Mattos, na VEJA.com. Volto no próximo post:
A cubana Ramona Matos Rodrigues, em plenário. Participante do programa Mais Médicos, do governo federal, a médica e os parlamentares do DEM, liderados pelo deputado Ronaldo Caiado (GO), denunciam que a médica teve seu telefone grampeado e foi buscada por policiais federais na residência que ocupava em Pacajá, no Pará, após ter deixado a cidade frustrada com os valores pagos pelo trabalho no programa.
O ministro
da Justiça, José Eduardo Cardozo, negou nesta quarta-feira que a
Polícia Federal tenha interceptado telefonemas da médica cubana Ramona
Matos Rodriguez ou esteja à procura da profissional, que integra o
programa federal Mais Médicos.
Ramona afirma ter fugido de Pacajá (PA)
no último sábado, após agentes da PF grampearem seu telefone. “Não
existe a menor possibilidade legal para que isso tivesse ocorrido. A
Polícia Federal não a está procurando ou investigando e não existe
nenhuma interceptação legal de telefone. Se algum policial fez isso, o
fez em total situação de ilegalidade”, disse Cardozo. “Não há nenhuma
medida em curso em relação à cubana.”
Ramona
contou que saiu de Pacajá no sábado e avisou a colegas da cidade que
viajaria para uma fazenda e retornaria no domingo. Com a ajuda de uma
amiga, ela foi até Marabá, onde embarcou para Brasília. Ao telefonar
para a amiga, ela teria recebido a informação de que as ligações foram
interceptadas e que policiais federais foram procurá-la na sua
residência.
Cardozo rebateu a versão e afirmou que a família que a
hospedava em Pacajá acionou a Polícia Civil por causa da demora da
cubana em voltar para casa. A médica foi abrigada pelo deputado Ronaldo
Caiado (DEM-GO) e está morando provisoriamente no gabinete do DEM na
Câmara. Ela teme ser deportada para Cuba e entregue ao regime dos irmãos
Castro.
De acordo
com Cardozo, no entanto, não houve nenhuma comunicação sobre o
descredenciamento dela do programa Mais Médicos, o que implicaria na
cassação do visto. O ministro recebeu nesta tarde parlamentares do DEM
para tratar do pedido de refúgio. O partido deve protocolar a
solicitação ainda hoje. “Até o momento ela tem o visto regular. Não há
nenhuma razão objetiva para que ela tenha de se refugiar em qualquer
lugar. Ela pode circular livremente”, disse.
A partir
do momento em que o pedido de refúgio for feito, a cubana passará a ter
garantida a permanência no Brasil até o Comitê Nacional para os
Refugiados (Conare) julgar o caso. Depois de formalizado o pedido de
refúgio, uma espécie de investigação é instaurada para avaliar a
requisição.
A decisão dificilmente será tomada antes de março porque “há
uma fila a ser obedecida”, segundo o secretário Nacional de Justiça,
Paulo Abrão. Atualmente, 71 cubanos estão refugiados no país e cinco
aguardam apreciação do órgão.
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