quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Foragido do mensalão, Pizzolato é preso na Itália


Condenado a 12 anos de prisão, ex-diretor do Banco do Brasil que tem dupla cidadania foi detido em ação conjunta das polícias brasileira e italiana com documento falso


Único dos 12 condenados do mensalão com prisão decretada, o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi preso hoje (5) na cidade de Maranello, no norte da Itália. De acordo com as informações iniciais, Pizzolato foi detido em ação conjunta da Polícia Federal e da polícia italiana por utilizar um documento falso. Por ter dupla cidadania, ele não poderia ser extraditado por causa dos crimes pelos quais foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). 

A PF ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.

O ex-diretor de marketing do BB recebeu punição de 12 anos e sete meses de prisão por seu envolvimento com o mensalão. Com a prisão decretada em meados de novembro, ele divulgou por meio de seu advogado uma nota em que dizia que deixava o país em protesto contra o “julgamento de exceção” e que buscaria novo julgamento para comprovar sua inocência. Por causa da fuga, Pizzolato foi incluído na lista dos procurados da Interpol.

Ele foi condenado por ter recebido R$ 336 mil do empresário Marcos Valério e ter autorizado um adiantamento de R$ 73 milhões para uma das agências do mineiro, a DNA Propaganda, contratada pelo BB. Durante o julgamento, sua defesa argumentou que ele não tinha poder para decidir onde e como o dinheiro de publicidade do banco poderia ser gasto.

Na nota divulgada em novembro, o ex-diretor do BB criticou o STF, disse que foi usado para dar sentido à “mentira do dinheiro público” no mensalão e que tinha “legítimo direito de liberdade” para ter novo julgamento na Itália.

“Por não vislumbrar a mínima chance de ter julgamento afastado de motivações político-eleitorais, com nítido caráter de exceção, decidi consciente e voluntariamente fazer valer meu legítimo direito de liberdade para ter um novo julgamento, na Itália, em um tribunal que não se submete às imposições da mídia empresarial, como está consagrado no tratado de extradição Brasil e Itália”,

Todos os outros 11 condenados que tiveram a prisão decretada entregaram-se à Polícia Federal e já cumprem pena. 

O último a ser preso foi o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP), desde ontem no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Até agora, apenas o delator do esquema, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), não teve a prisão decretada. Ele aguarda decisão do presidente do Supremo, Joaquim Barbosa.
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