quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Violência leva moradores do DF a buscarem soluções de segurança privada

Cercas elétricas, câmeras, grades e alarmes viraram equipamentos obrigatórios na casa de muitos brasilienses. 
Hoje, o número de agentes particulares ultrapassa o contingente da PM e da Polícia Civil do Distrito Federal

Thalita Lins

Publicação: 05/02/2014 06:07 Correio Braziliense

Moradora do Lago Norte, Lysia investiu R$ 8 mil apenas no sistema de câmeras instalado há um mês: 'É o preço que eu pago para me sentir segura' (Janine Moraes/CB/D.A Press)
Moradora do Lago Norte, Lysia investiu R$ 8 mil apenas no sistema de câmeras instalado há um mês: "É o preço que eu pago para me sentir segura"

A violência que tomou conta do Distrito Federal nos últimos meses, em especial nos primeiros dias deste ano, tem levado milhares de brasilienses a contratar serviços de segurança privada na velocidade da escalada dos crimes. 

Levantamento do Sindicato dos Vigilantes do DF mostra que, na capital federal, o número de trabalhadores do ramo chega a ser um pouco maior que a quantidade de policiais militares e civis responsáveis por garantir o bem-estar da população local. 

Ao todo, 21.680 vigilantes particulares estão na ativa e atendem em residências, comércios, bancos e órgãos públicos, contra 21 mil servidores das forças de segurança pública — 14 mil PMs e 7 mil agentes da Polícia Civil.

O medo de serem as próximas vítimas também faz com que moradores de Brasília se protejam com sistemas de alarme e câmeras até mesmo no interior de casa, numa espécie de Big Brother. 


Segundo o Sindicato das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança do DF (Siese), 600 mil equipamentos de filmagem estão instalados em vários endereços daqui. Isso significa que há uma média de uma câmera para cada 4,3 habitantes. 

No ano passado, houve aumento de 7% no número de aparelhos em relação a 2012. No geral, o setor cresceu 10% a mais em 2013. Ao todo, 15,5 mil imóveis são monitorados.

Apenas na casa da aposentada Lysia Oliveira da Rosa, 77 anos, no Lago Norte, há 16 câmeras. A carioca não se contentou somente em fixar os aparelhos na entrada do imóvel. Por medo da ação de bandidos, ela decidiu por espalhar os equipamentos em praticamente todos os cômodos da residência. Há monitoramento na cozinha, na sala de estar e na churrasqueira. 


Todas as imagens chegam até Lysia por meio de televisores deixados no escritório e no quarto dela. “Eu tomei essa medida depois que duas casas vizinhas foram invadidas por ladrões. Do meu quarto, consigo ver todo o movimento da rua. É a minha defesa. Desde então, tenho mais tranquilidade”, afirma.

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