UMA FOTO PARA A BOSTARIDADE
O adiamento da reunião do Mercosul na Venezuela avisa que Dilma Rousseff começou a pagar a conta da política externa da canalhice
Reduzido
a braço internacional da seita lulopetista, o Itamaraty deixou de
orientar-se por valores morais e princípios éticos. E não perdeu nenhuma
chance de escolher o lado errado
O engajamento na aliança golpista que tentou manter na presidência do Paraguai o reprodutor de batina Fernando Lugo, o apoio militante ao governo em decomposição de Nicolás Maduro, os donativos bilionários (e secretos) do BNDES à ditadura cubana, a importação de escravos de jaleco que rende à ilha-presídio mais de 23 milhões de dólares por mês e tantas outras iniquidades enterraram a esperança de que Dilma Rousseff ao menos retocasse a política externa da canalhice inaugurada em janeiro de 2003.
O repulsivo comportamento do Planalto no caso do senador boliviano Roger Molina informa que a afilhada fez mais que preservar a herança maldita. Conseguiu torná-la mais repulsiva, provou a descoberta do plano forjado para entregar ao algoz Evo Morales o homem enclausurado na embaixada brasileira em La Paz.
Até dezembro de 2002, o Brasil liderou a América do Sul sem bravatas nem bazófias. Hugo Chávez, por exemplo, tratou de comportar-se desde o dia da posse em 1998: não provocou nenhum país nem embarcou em delírios beligerantes.
Ao fim de complicadas negociações conduzidas pessoalmente
por Fernando Henrique Cardoso, o acordo entre o Equador e o Peru
encerrou um dos mais antigos conflitos de fronteira do subcontinente.
O Paraguai abrandou a choradeira pela revisão do Tratado de Itaipu. A Bolívia entendeu que o preço do gás vendido ao vizinho tinha de levar em conta que o comprador havia bancado sozinho a construção do gasoduto bilionário. Até a Argentina pareceu criar juízo, e o Brasil não foi desafiado por ninguém.
As coisas começaram a mudar em janeiro de 2003, com o parto da política externa da canalhice. Fruto do cruzamento de stalinistas farofeiros que controlam o PT com terceiromundistas de galinheiro que infestam o Itamaraty, nasceu com 200 anos de idade.
O aleijão teria morrido de velhice na primeira semana se não fossem os cuidados que lhe dispensaram o padrinho que imagina que o Oriente Próximo tem esse nome por ficar logo ali e a dupla de babás formada por Celso Amorim e Marco Aurélio Garcia.
Não teria chegado aos aos 213 anos sem a permanência de Garcia, sempre disfarçado de Assessor Especial para Assuntos Internacionais, no cargo de chanceler.
Nos oito anos de Lula, o Brasil fez concessões vergonhosas ao Paraguai e ao Equador, suportou com passividade bovina as bofetadas desferidas pela Argentina e pela Bolívia, hostilizou a Colômbia democrática enquanto afagava os narcoterroristas das FARC, curvou-se à vontade e aos caprichos da Venezuela chavista, deixou de ser sinuelo para virar mais um no rebanho.
Simultaneamente, fantasiou-se de “potência emergente”
para intrometer-se nos assuntos internos de outras nações.
Reduzido a
braço internacional da seita lulopetista, o Itamaraty deixou de
orientar-se por valores morais e princípios éticos. E não perdeu nenhuma
chance de escolher o lado errado.
Entre os Estados Unidos e qualquer obscenidade que se opusesse ao imperialismo ianque, preferiu invariavelmente a segunda opção. Subordinado a decisões dos napoleões de hospício que proliferam nos grotões sul-americanos, Lula transformou a embaixada em Honduras na pensão do golpista Manuel Zelaya.
Entre os Estados Unidos e qualquer obscenidade que se opusesse ao imperialismo ianque, preferiu invariavelmente a segunda opção. Subordinado a decisões dos napoleões de hospício que proliferam nos grotões sul-americanos, Lula transformou a embaixada em Honduras na pensão do golpista Manuel Zelaya.
Para prestar vassalagem a Fidel Castro, comparou os dissidentes políticos da ilha-presídio aos bandidos encarcerados em São Paulo e aprovou a deportação dos pugilistas Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux.
Entre a
civilização e a barbárie, afrontou o país que presta ao bajular, com
efusões de galã mexicano, o faraó de opereta Hosni Mubarak, o psicopata
líbio Muammar Kadafi, o genocida africano Omar al-Bashir ou o iraniano
atômico Mahmoud Ahmadinejad. Coerentemente, o último ato do presidente
foi promover a asilado político o assassino italiano Cesare Battisti.
As punições aplicadas à médica cubana Ramona Rodriguez e a demora na concessão do status de refugiado a Roger Molina atestam que, com o mandato de Dilma perto do fim, continua em vigor a política externa da canalhice.
As punições aplicadas à médica cubana Ramona Rodriguez e a demora na concessão do status de refugiado a Roger Molina atestam que, com o mandato de Dilma perto do fim, continua em vigor a política externa da canalhice.
Pior para a presidente: a conta acumulada nos últimos 11 anos
começou a chegar. Como a decisão sobre o caso do senador boliviano,
também a reunião do Mercosul acaba de ser adiada pela terceira vez em
dois meses.
Motivo: o encontro tem de ocorrer na Venezuela, e a ideia de pousar na terra conflagrada nada tem de animadora para os parceiros que premiaram Hugo Chávez com a carteirinha de sócio do clube.
Motivo: o encontro tem de ocorrer na Venezuela, e a ideia de pousar na terra conflagrada nada tem de animadora para os parceiros que premiaram Hugo Chávez com a carteirinha de sócio do clube.
Todos preferem esperar que Caracas pareça mais acolhedora.
Convém esperar sentados.
18 de fevereiro de 2014
Augusto Nunes, Veja
Convém esperar sentados.
18 de fevereiro de 2014
Augusto Nunes, Veja
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