26/12/09 -
09h00
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Estudantes do ‘Fora Arruda’ querem anular projetos aprovados sob 'mensalão'
Em recesso, Câmara Distrital do DF só deve votar impeachment em 2010.Movimento promete realizar novas ações para 'manter a chama acesa'.
Veja vídeos sobre a operação Caixa de Pandora
Veja frases sobre o suposto esquema
O processo de impeachment do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, acusado de participação em um suposto esquema de propina, só será analisado em 2010. O governador nega as acusações.
“Estamos estudando entrar na Justiça com ações que questionam votações na Câmara Distrital que foram influenciadas pelo mensalinho. É uma ação para manter a chama acesa”, diz o coordenador-geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade de Brasília (UnB), Rafael Barroso.
Vídeos da operação Caixa de Pandora mostraram empresários dando dinheiro a Durval Barbosa, então secretário de Relações Institucionais do DF, e deputados distritais recebendo dinheiro dele.
O principal alvo dos estudantes é o projeto de lei que abriu novas áreas para o mercado imobiliário em Brasília. Em depoimento, Durval Barbosa afirmou que deputados distritais da base aliada receberam R$ 420 mil, cada um, para aprovar o projeto. Segundo o ex-secretário, foram arrecadados R$ 20 milhões com as construtoras.
“Essas decisões não são legítimas. Como as leis podem ter validade se foram feitas dessa forma?”, questiona o coordenador do DCE na UnB.
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Estamos estudando entrar com ações que questionam votações na Câmara que foram influenciadas pelo mensalinho (...) essas decisões não são legítimas "
Ele havia feito a denúncia de forma pública no dia 30 de novembro, antes de uma entrevista coletiva do presidente da Câmara Distrital, Leonardo Prudente (DEM), flagrado colocando dinheiro nas meias.
O empresário invadiu a sala e, aos gritos, denunciou aos jornalistas o suposto esquema para a compra de deputados distritais na votação do Passe Livre.
“Foi R$ 1 milhão pra alterar a lei e mais R$ 600 mil pra derrubar o veto do governador. O governador ia vetar. Eu queria falar na cara do presidente da Câmara: tem corrupção forte aqui dentro da Câmara”.
Protesto pede que governador e vice deixem os cargos (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr )
Na segunda quinzena de janeiro, integrantes do “Fora Arruda” pretendem se reunir com os deputados federais da bancada do Distrito Federal para pedir apoio. Os estudantes concordam, no entanto, que o próximo semestre será uma “fase diferente da luta”, com menos apelo público.
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O vice-presidente do DCE da Universidade Católica de Brasília, Luciano Ribeiro, defende que as ações não fiquem apenas no “oba oba”, mas que, a partir de agora, visem a “conscientização” da sociedade de que as denúncias de corrupção não se esgotam na figura do governador.
“Estamos planejando ir atrás dos parlamentares que estão envolvidos no julgamento do impeachment e com a CPI para que votem. A questão chave é pressionarmos os deputados. O problema é complexo, assim como todos existentes hoje, nada se resolve em apenas uma via”, diz.
Rafael Barroso ,da UnB, afirma, no entanto, não ter “muita ilusão” de que o processo de impeachment de Arruda, que tramita na Câmara Distrital, dará resultados. “Boa parte dos deputados está envolvida. O adiamento do impeachment foi uma estratégia.”
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