sábado, 15 de fevereiro de 2014

Roriz versus Correio Braziliense!

Caderno do leitor
GUERRA NO PLANALTO

Joaquim Roriz vs. Correio Braziliense


A questão das invasões no Distrito Federal acompanha Joaquim Roriz desde seu primeiro mandato como governador biônico. Agora, eleito pelo voto direto, Roriz continua incentivando a distribuição de lotes, contribuindo para que a já inchada Brasília atraia ainda mais as populações pobres do entorno goiano.

Roriz é alvo de veneração messiânica por parte do povão. Distribui pão, leite e cestas básicas. A esquerda chia, não contra a ação humanitária, mas pela personalização das benfeitorias. "Lote para quem não tem onde morar" também seria uma bandeira digna, diz a esquerda, se não estivesse se formando no DF uma indústria de invasões.

O Correio Braziliense, principal jornal da cidade, mais lido que os jornais de fora, denunciou as invasões. O jornal primeiro alertou para o problema em editorial [ver abaixo o Editorial de 15/9]. Quando Roriz fez promessa inflamada em palanque de distribuir mais de 4 mil lotes, o Correio deu manchetes críticas [ver capa "Corra que o lote vem aí"). 

O governador reagiu. Desmentiu a promessa e acusou o jornal de orquestrar uma campanha contra ele, fruto de "desesperada busca de um terceiro turno na cidade por petistas derrotados que se infiltraram no jornal". E conclamou a população a parar de ler o Correio Braziliense [ver abaixo "Roriz declara guerra ao Correio"]. 

O jornal contra-atacou [ver Editorial de 16/9]. A opinião pública ficou contra Roriz, que estaria cerceando a liberdade de imprensa. O governador passou então a concentrar seus ataques na pessoa de Ricardo Noblat, diretor de redação do Correio. Além disso, encarnando um ombudsman, em solenidade de empresários criticou o Correio por não ser fiel ao objetivo de informar, por sua "parcialidade petista". 

Noblat respondeu, na coluna Carta ao Leitor de 19/9, e publicou na capa, em página inteira, o manifesto "Para que serve um jornal" [ver texto e imagem abaixo]. 

Em 26/9, Noblat prosseguiu no tema. Entre 19 e 26 de setembro, o Correio Braziliense publicou uma série de matérias baseadas em denúncias do maior bicheiro do DF, Manoel Ventura Durso, que decidiu falar sobre suas ligações com o governador.
ACOMPANHE O QÜIPROQUÓ

Editorial de 15/9 

"Os números são assustadores. O Distrito Federal e a região do Entorno já apresentam as maiores taxas de crescimento demográfico do país. Os índices transformam Águas Lindas, quase às margens da Barragem do Descoberto — que fornece 60% da água do DF —, na cidade que mais cresce no Brasil. 

Um ex-distrito, em poucos anos, se tornou um aglomerado urbano de 150 mil pessoas, segundo as últimas pesquisas, sem água tratada, sem esgoto.

O cenário preocupante se repete em outras cidades limítrofes e chega ainda mais perto nas seguidas ocupações de terras públicas da capital brasileira. Os cálculos mais otimistas dão conta de que 12 mil famílias vivem em invasões no Distrito Federal e não se podem esquecer as milhares de pessoas que residem em condomínios irregulares. 

O problema exige solução rápida e enérgica, antes que a cidade se inviabilize pela falta de uma diretriz séria no combate às invasões. Não é o que se vê hoje.

A política irresponsável de oferecer lotes a pessoas que invadem terra pública, como foi feito pelo governador Joaquim Roriz no último sábado em Santa Maria, cria a ilusão de que se pode vencer pela força. É como se os mais espertos ou mais fortes fossem premiados. É erro grave. Aos poucos, a cidade começa a ser inviabilizada por conta da falta de orientação clara no combate às ocupações irregulares. 

A invasão da Estrutural não apenas não foi removida para ser instalada a expansão do Setor de Indústrias, como ganhou energia elétrica. Os moradores começam a substituir os barracos de madeirite por construções de alvenaria, desafiando o bem público e seu guardião, o governo. Em sua administração anterior, Roriz retirou favelas do Plano Piloto, criando várias novas cidades para alojar os invasores. O erro foi transformar um bom programa social em política eleitoreira. 

O Distrito Federal se depara hoje com problemas graves, como o trânsito (que obriga a construção de várias obras) e a falta d’água, além do evidente esgarçamento dos equipamentos públicos. Com a política de distribuição de lotes e a conseqüente divulgação das doações, o ciclo se perpetua e se agrava o fenômeno migratório dos últimos anos.

Os números dos levantamentos mais recentes — que não apontam grande movimento em direção ao DF — escondem o evidente inchaço das cidades goianas que fazem fronteira com a capital. É para lá que vão os migrantes, mas chegam sonhando com um lote aqui, como mostra a imensa fila formada para obter senha e preencher as fichas do Instituto de Desenvolvimento Habitacional (Idahb). É preciso que o governador Joaquim Roriz assuma a responsabilidade de encaminhar a solução do problema e não se renda à pressão dos invasores. O tempo da retórica acabou." 

"Invasões", copyright Correio Braziliense, 15/9/99

Um comentário:

Luzia disse...


Graças a Roriz e a seus seguidores o DF abriga atualmente a maior favela da América do Sul.

Desbancamos a favela da Rocinha no Rio. Parabéns SEDHAB, parabéns GDF! Os moradores regulares pagam impostos suados para sustentar essas invasões em detrimento de subsídios para educação, para saúde, para a segurança publica.

E o Governo ainda apoia o MST e pretende criar novas cidades sempre com nosso imposto.

O exemplo do Roriz está sendo seguido por seus sucessores. Ganham votos às custas do esforço dos proprietários legítimos, regulares que pagam impostos para em troca ver a cidade ser transformada numa grande favela com um índice de criminalidade altíssimo.

Pagamos impostos para ver nossos filhos assassinados em frente da nossa casa?!!!

Os legítimos pagam os impostos e os ilegítimos queimam pneus e obtém os privilégios!

Que país é esse? em Roriz versus Correio Braziliense!