Brasil 247
Presidenciável Eduardo Campos defende que o candidato ao governo do Estado seja o senador Rodrigo Rollemberg (PSB); já Marina Silva insiste no deputado federal José Antônio Reguffe (PDT); recentemente aliado ao governador de Pernambuco, o PPS também tenta impor uma candidata de seu partido
Para o governo do DF, Campos quer um candidato e Marina Silva defende outro
Na construção de um palanque na Capital da República, o presidenciável Eduardo Campos (PSB) e sua parceira Marina Silva (Rede) vivem uma situação inusitada: há excesso de candidatos e escassez de definições.
Ele defende que o candidato ao governo do Distrito Federal seja o senador Rodrigo Rollemberg (PSB). Ela prefere o deputado federal José Antônio Reguffe (PDT).
Para complicar, o deputado Roberto Freire (SP), presidente do PPS, reivindica dos aliados o apoio à candidatura de uma deputada distrital do seu partido: Eliana Pedrosa.
Nesta sexta-feira (14), o PPS reúne seu diretório nacional em Brasília. Convidado para o encontro, Campos ouvirá uma reiteração do pedido de apoio. Embora não pretenda apoiar Eliana, o convidado deve adiar a resposta.
O processo eleitoral de Brasília é um dos mais incertos do país.
Candidato à reeleição, o atual governador, Agnelo Queiroz (PT), frequenta o rodapé das pesquisas de popularidade. Só não segura a lanterninha porque Rosalba Ciarlini (DEM), a governadora do Rio Grande do Norte, consegue realizar uma administração ainda mais impopular.
O desastre gerencial produzido por Agnelo o converteu no candidato favorito a fazer de um de seus oponentes o próximo governador do DF.
É contra esse pano de fundo que Campos e Marina exercitam a divergência. Eliana Pedrosa, a postulante do PPS, receia que a demora na definição acabe por abrir espaço para uma aventura. A aventura tem nome: José Roberto Arruda.
Antecessor de Agnelo, Arruda foi arrancado do poder pelo escândalo do mensalão do DEM.
Divulgadas nacionalmente, as imagens de Arruda apalpando maços de dinheiro provenientes de corrupção facilitaram a vitória do PT em 2010. Mas o fiasco de Agnelo, por eloquente, fez o eleitor pobre da Capital ter saudades do desastre anterior.
Ao farejar nas pesquisas a hipótese de um renascimento político, Arruda filiou-se ao PR e juntou-se com outro ex-governador, o ficha suja Joaquim Roriz. Embora tenha feito estágio na cadeia, Arruda ainda não carrega na biografia nenhuma condenação de segunda instância. O que impede a Justiça Eleitoral de usar a Lei da Ficha Limpa para barrar uma eventual tentativa de retorno.
Reguffe, o preferido de Marina, evita falar sobre o futuro eleitoral em público. Em privado, ele diz que pode ser candidato a governador ou a senador.
Rollemberg, o favorito de Campos, declara que, com Reguffe, se sente à vontade para firmar qualquer entendimento. Com uma ressalva: ao Senado não pode se candidatar, já que dispõe de mais quatro anos de mandato. Assim, não lhe resta senão disputar o governo.
Para o PSB, cenário dos sonhos seria uma dobradinha que combinasse a candidatura de Rollemberg para o governo com a de Reguffe para o Senado. Nessa fórmula, o PDT de Reguffe, que ensaia o apoio à reeleição de Dilma Rousseff no plano federal, se coligaria em Brasília com o PSB, cedendo seu tempo de propaganda na tevê.
Só falta agora combinar com os russos. No caso do PDT, o russo que importa se chama Carlos Lupi, presidente nacional da legenda. Ele ainda controla a maioria da convenção brasiliense do partido.
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