sábado, 15 de fevereiro de 2014

No Brasil dos alienados, PT caminha para uma ditadura lenta e gradual

Sábado, 15 de Fevereiro de  2014  | Ano 17 nº 6251

23:12
Jorge Oliveira 
 
 
Publicado: 16 de fevereiro de 2014 às 0:06 - Atualizado às 0:08

havana 02 

Varadero, Cuba – É difícil prever o destino de Cuba com as mortes de Fidel Castro e do seu irmão Raul, que atravessam décadas no poder. Não se conhecem nomes para substituí-los fora ou dentro do birô do Partido Comunista. 

A oposição, silenciosa, não se manifesta por temer represálias em um país onde tudo é controlado pelo estado e os que teimam em contrariar o regime são presos. Em contrapartida, o Brasil acelerou a sua aliança com o governo cubano. Deixou de ser um mero espectador do sistema para se transformar em parceiro comercial de primeira hora desde o primeiro mandato e Lula em 2002. Não se conhece, porém, o total dos investimentos do Brasil na Ilha. O dinheiro que sai do BNDES chega aqui com o carimbo de sigiloso. Sabe-se, no entanto, que só no governo da Dilma foi despejado no país quase 2 bilhões de dólares.

A amizade de Lula com os Castro vem da época da sua militância sindical no ABC paulista. Em 1984, em um encontro de sindicalistas, presenciei quanta admiração o presidente cubano nutria pelo ex-líder sindical, a quem recebia para longas conversas reservadas. 

Não à toa, a notícia de que o PT teria recebido de Fidel milhares de dólares para a campanha de Lula nunca foi contestada pelo partido. Agora, no poder há doze anos, o governo petista retribui como pode os favores dos Castro numa parceria que deve se prolongar enquanto a ditadura existir. Essa ajuda generosa tem recebido críticas severas no Brasil. E a acusação aos petistas é de estarem financiando com dinheiro público um governo que oprime o povo, cerceia a liberdade de expressão e prende seus opositores. A identidade petista com os Castro é mais do que comercial, é também afetiva: a estrela vermelha do PT parece arrancada da bandeira nacional de Cuba.

O governo do PT não financia apenas o regime fechado de Cuba. O BNDES – que esconde os empréstimos estrangeiros – também abriu seus cofres às ditaduras africanas sob a alegação de que o Brasil precisa abrir mercado em países coirmãos, especialmente com os mais pobres. Pretexto falso e enganador. As relações comerciais do Brasil com esses países da África são insignificantes. Além disso, são nações chefiadas por ditadores sanguinários que se perpetuam no poder há décadas. Desses países, o Brasil, um país também carente em infraestrutura, só tem levado calote, quando não perdoa as dívidas por decisões palacianas isoladas.

Os agrados a essas ditaduras não têm uma contrapartida como a de exigir, por exemplo, a libertação de presos políticos e a liberdade de opinião. Ao contrário. Em uma das visitas que fez à Cuba antes de deixar o governo, Lula deu uma demonstração cabal de como torce o nariz para essas questões que o PT até então tinha como bandeira de luta.  

No momento em que era recebido pelos irmãos Castro, um preso político morria em consequência de uma greve de fome. Cobrado, Lula saiu-se com essa pérola: “Como seria no Brasil se todo preso fizesse greve de fome nos presídios?”. Ali, com aquela frase banal,  fútil, Lula mostrava como o poder o cegara, como o poder o transformara em um político autoritário, desprovido de sentimentos humanístico e de solidariedade.

Ao se negar a conversar com os Castro sobre os presos políticos, como tem feito outros chefes de estados, tanto Lula como Dilma se identificam com a personalidade autoritária desses dirigentes latinos, manipuladores do processo eleitoral

Os petistas querem transformar o Brasil numa ditadura branca quando usam todas as armas para permanecer encastelados no poder. Como estratégia, aparelham o estado e apontam seus fuzis para os opositores acusando-os do fim do Bolsa Família, o programa social-eleitoreiro que abastece os miseráveis. O ensaio autoritário do controle da mídia visava sangrar a democracia e atentar contra à Constituição.

Dessa forma, os petistas vestem a armadura do autoritarismo, da arrogância e do desprezo à opinião pública. Apenas as eleições não são sinônimos de democracia. Elas existem também em Cuba, na Bolívia, na Venezuela e no Equador. Portanto, nunca esteve tão viva a expressão de Lord Acton de que “o poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente.”

Infelizmente, pelo que se pode ver, ditadores africanos, caribenhos e latinos no fundo, no fundo são farinha do mesmo saco: gostam e se alimentam  do poder.

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