Tréplica
Senador manda ofício-resposta a Gilmar Mendes
Publicado: 15 de fevereiro de 2014 às 16:17 -Diário do Poder
A discussão entre o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes acaba de ganhar mais um capítulo.
O petista, que está em Teerã, resolveu enviar uma carta respondendo as sugestões feitas por Mendes. O magistrado sugeriu que Suplicy organizasse uma “vaquinha“ para pagar o que foi roubado do erário no esquema do mensalão.
Segundo a carta do parlamentar, caberia ao ministro “maior reserva” aos comentários feitos sobre a situação política brasileira.
Suplicy ainda afirma que os questionamentos levantados por Mendes não são bons para o Supremo na Organização dos Poderes da República.
Veja a carta na íntegra:
Ofício n.º 00113/2014 Teerã, 15 de fevereiro de 2014.
Senhor Ministro Gilmar Mendes,
Tendo em vista a correspondência de V. Exa. datada de 12 de fevereiro de 2014, devo externar que não tenho dúvidas de que, como cidadão, tem todo o direito de se expressar sobre essa ou aquela situação da vida política de nosso país.
Porém, como juiz da causa que condenou os acusados, caberia a V. Exa. maior reserva.
Quando
V. Exa. questiona, sem qualquer prova material, a regularidade das
doações a José Genoino, Delúbio Soares, José Dirceu, e João Paulo Cunha,
passa-me o sentimento de que não julgou com base exclusivamente na
razão.
Isso não é bom para o papel que o Supremo Tribunal Federal(STF) desempenha na Organização dos Poderes da República.
Até
onde tenho conhecimento, as famílias dos quatro membros do Partido dos
Trabalhadores é que tiveram a iniciativa de fazer a campanha para
arrecadar fundos e pagar as multas condenatórias. Não vejo ilegitimidade
ou ilegalidade nessa conduta.
E
foi isso que me motivou a escrever a V. Exa. – a surpresa de tomar
conhecimento de um comentário público, questionando doações sem qualquer
fundamento probatório que o amparasse.
E
tudo isso, considerando ainda que o julgamento da Ação Penal 470 não
está concluído no STF, pois encontra-se em curso a análise dos embargos
infringentes.
Noto
que V. Exa. não se referiu ao que considero da maior importância em
minha carta, qual seja, as decisões que nós do PT e de todos os demais
Partidos devemos tomar para prevenir e evitar os procedimentos que foram
objeto da Ação Penal 470.
Eis porque tenho me empenhado para que
venhamos todos, nas campanhas eleitorais, assumir o compromisso de não
utilizarmos recursos não contabilizados, de proibirmos as contribuições
de pessoas jurídicas, de limitarmos a uma soma módica as contribuições
de pessoas físicas e, de exigirmos, durante a campanha eleitoral, a
transparência em tempo real, ou nas datas de 15 de agosto, 15 de
setembro e ultimo sábado que antecede o domingo das eleições, com o
registro na página eletrônica de cada partido, coligação e candidato, de
todas as contribuições recebidas.
Desta forma, os eleitores terão
conhecimento dos doadores e poderão comparar as contribuições feitas com
os gastos efetivamente realizados em cada campanha.
V.
Exa., que acaba de assumir como ministro efetivo do Tribunal Superior
Eleitoral, poderia, pela posição que ocupa, incentivar os formadores de
opinião da sociedade no que diz respeito à efetivação desses anseios
como normas que têm sido apoiadas pelo Movimento de Combate à Corrupção
Eleitoral, pela OAB e muitas outras entidades da sociedades civil.
Atenciosamente,
Um comentário:
Conheço minha turma.O Suplicy se finge de ofendido, muita retórica, muita demagogia mas tenho a certeza de que o Gilmar tem razão.
Só pode ser lavagem de dinheiro e pelo visto o Suplicy está envolvido.
Essa retórica, esse discurso pseudo heroico, estilo justiceiro- injustiçado- com- os- brios- ofendidos dos lideres do PT não convencem mais.
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