- 22/03/2014 11h24
- Brasília
Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil
Edição: Nádia Franco
Neste sábado (22), dia em que se comemora o Dia Mundial da Água (22), é importante lembrar que um dos principais problemas que o Brasil precisa enfrentar é a falta de conhecimento da população sobre a realidade dos recursos hídricos no país, afirma o coordenador do Programa Água para a Vida da organização não governamental (ONG) WWF-Brasil, Glauco Kimura de Freitas.
Para ele, a população está muito distante do tema água, que só chama a atenção quando há uma crise instalada. “As pessoas não procuram se informar de onde vem a água que consomem e o que podem fazer para garantir o abastecimento, há um desconhecimento geral. Os governantes têm sua culpa, as empresas e a mídia, também, e essa falta de esclarecimento reflete no cidadão.”
Kimura cita a pesquisa que o WWF faz a cada cinco anos sobre a percepção dos brasileiros sobre a água. Na última, em 2012, mais de 80% dos entrevistados nunca tinham ouvido falar da ANA [Agência Nacional de Águas], que é o órgão regulador dos recursos hídricos.
"Há consciência sobre como economizar e de que pode faltar água. Mais de 70% das pessoas sabem dos problemas, mas o desconhecimento ainda é grande”, disse o especialista.
Outro problema é a má governança dos recursos hídricos, acrescenta Kimura. “É muito difícil dizer se vamos conseguir, ou não, suprir nossas demandas e é grande a chance de termos problemas no futuro com a gestão que tem sido feita”, disse ele, destacando que o Brasil está muito bem em termos de leis, como, por exemplo, a Política Nacional de Recursos Hídricos , o Conselho Nacional de Recursos Hídricos e os comitês de bacias hidrográficas, mas que não estão sendo implementados e fiscalizados como deveria.
“Fizemos a lição de casa até um certo ponto e precisamos mudar essa trajetória, fugir das consequências desse cenário que as Nações Unidas [ONU] projetam. Temos um arcabouço legal, bons modelos, mas a vontade política para fazer algo consistente está muito baixa, não só no âmbito federal, mas nos estados e municípios também”, destaca o coordenador do Programa Água para a Vida.
O Relatório de Desenvolvimento Mundial da Água 2014 , de autoria da ONU-Água, prevê que, em 2030, a população global necessitará de 35% a mais de alimento, 40% a mais de água e 50% a mais de energia.
“O tema água esta abaixo das prioridades. A ANA é um órgão técnico de excelência, mas os governos locais não dão conta de implementar os instrumentos que já existem, a sociedade não cobra, e as empresas só se mexem quando têm que cumprir a lei”, argumenta Kimura.
De acordo com ele, o terceiro gargalo na gestão dos recursos hídricos é o mau uso da terra. “As cidades vão crescendo, ficam dependendo de reservatórios, a maioria poluídos, e ocupando áreas de nascentes, que são os ovos de ouro da galinha
O planejamento urbano tem que ser levado muito a sério, e o setor de recursos hídricos precisa estar inserido.”
Para Kimura, na área rural, também há uma tendência de agravamento do problema com a flexibilização do Código Florestal , aprovado em 2012. Para ele, a diminuição das Áreas de Preservação Permanente (APPs), que agora levam em conta o tamanho da propriedade, coloca em risco os mananciais de água.
A Política Nacional de Irrigação, instituída no ano passado, também pode constituir um problema para o especialista do WWF, já que o crédito financeiro e as outorgas para captação de água vão aumentar. “É como uma poupança: estamos dando cada vez mais senhas para acessar a nossa caderneta, mas ninguém põe dinheiro lá.
Então, temos que ter um trabalho sério de proteção das nascentes e área de recarga de aquífero”, destaca Kimura, explicando que existem áreas de terra mais permeáveis que outras que precisam ter uma cobertura florestal em cima e que, por desconhecimento das pessoas, são pavimentadas ou assoreadas.
Como vocês podem ler a SEDHAB está fazendo exatamente o contrário do que deveria fazer para garantir que o DF terá agua no futuro:
Está destruindo nascentes, destruindo as Áreas de Proteção Permanente, retirando a cobertura florestal, impermeabilizando o solo.
A SEDHAB (Magela) tem de ser contida sob o risco de num futuro próximo ficarmos sem agua.
Associação Park Way Residencial
2 comentários:
A WWF-Brasil e muitos nazi-ambientalista radicalizam ao dizer que a água irá acabar. Ilusão! Sabemos que nosso planeta é 3/4 água e em nenhum país do mundo nunca faltou esse bem, nem em Israel onde quase não há rio. Brasília hoje tem mais água que na década de 50, antes de sua construção. Só a represa do lago paranoá alagou 60km² e subiu o lençou freático em 60metros, fora as outras barragens do DF e entorno. Formar lagos artificiais é fácil para represar a água da chuva, aliás é deste ciclo que ela vem (chuva-rio/lagos/mar/evaporação/nuvens).
O meu grande medo é o crescimento demográfico, este sim pode levar o nosso planeta a uma guerra futura. No DF, por exemplo, se a população crescer ao ritmo atual, daqui a 40 anos, teremos que desativar vários parques para construção de moradias. Os ambientalistas devem trabalhar contra programas que incentivam o crescimento populacional, como o bolsa família para até 5 filhos e o bolsa-reprodutor (apelido dado no nordeste ao salário maternidade).
Agora sabem porque não trabalham contra programas que incentivam o inchaço populacional: NÃO DÁ IBOPE E NEM VOTO!
Não concordo com voce no que se refere à agua.O DF por exemplo já está sofrendo com falta de agua tanto assim que o Governo vai usar o Lago Paranoá--poluido daquele jeito- para suprir de agua a população.
O problema da agua não é tanto a quantidade mas sim a accessibilidade.
Tanto assim que o Brasil embora possua 12% das reservas de agua doce do mundo não consegue suprir o nordeste de agua.Este ano o nordeste teve uma das piores secas da historia.
São Paulo por exemplo já está precisando tirar a agua do rio que atende ao Rio de Jnaeiro e isso está criando um problema politico entre os dois estados.
Concordo contudo com as criticas feitas contra as bolsas sobretudo a Bolsa maternidade que está fazendo meninas de 11 e 12 anos engravidarem as vezes do proprio pai para conseguir a bolsa.
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