domingo, 23 de março de 2014

Especialista: falta definição para comitês de bacias hidrográficas


12/03/2014 - 18h39


A necessidade urgente de definir uma política eficaz e clara sobre a exploração e a preservação dos recursos hídricos ganhou apoio unânime na reunião desta quarta-feira (12) do Centro de Estudos e Debates Estratégicos (Cedes) da Câmara dos Deputados.

Os integrantes do Centro de Estudos avaliaram a atuação dos Comitês das Bacias Hidrográficas brasileiras após exposição do professor Paulo Salles, PHD em Ecologia pela Universidade de Edimburgo e professor da Universidade de Brasília. O especialista abordou os desafios para a consolidação dos comitês.

O professor observou que os comitês não possuem agências com corpo técnico e nem têm muito claro as suas abrangências e competências. “Eles ficam a meio caminho do governo e das Ongs. Precisamos explicar aos outros órgãos que somos poder público. Na preservação das nossas bacias, não temos definições e metas de como obter recursos e, quando eles existem, faltam projetos para aplicá-los”.

Conflito de legislações
 
O presidente do Cedes, deputado Inocêncio Oliveira (PMDB-PE), ressaltou o problema do conflito das legislações já que os rios são federais, o que torna inconstitucional criar agências que cuidem regionalmente das suas bacias.


Já o deputado Alexandre Toledo (PSB-AL) salientou que pode constatar da sua residência, a beira do rio São Francisco, que o maior rio do Nordeste está secando. 

“Em Maceió – acrescentou – os poços artesianos, que foram emergenciais pela falta de água na capital, estão salinizando pela pressão do oceano. 

Hoje, como vemos em São Paulo, o problema da água deixou de ser uma questão nordestina. E não é só por falta de chuva. Não soubemos preservar nossos recursos. Meus netos talvez ainda vivam bem com a água que temos, mas não sei se os netos desta geração que está chegando agora [contará com o recurso]”.

O deputado Felix Mendonça (PDT-BA) disse que o Brasil está à beira de um desastre se não agir rápido. “Nós vivemos de improviso e de ações emergenciais: quando falta estrada, se estabelece um programa emergencial; se faltar energia, corremos a fazer termoelétricas de última hora. Mas quando faltar água não teremos o que fazer”.

Ao final da sua exposição, o professor Salles, dizendo-se um “eterno otimista”, acrescentou que o problema hídrico brasileiro só terá uma solução aceitável quando envolver governo, Legislativo, empresários e a população como um todo.
Da Redação - RCA

Comentários

weberson | 14/03/2014 - 07h37
 
 
O colapso é gradativo e contínuo. Fico horrizado em verificar falta de estação de tratamento de esgoto em muitas cidades.Despejo em nascente. Despejo no mar.Faltam políticas e análises técnicas para as Intervenções climáticas.
 
Perdemos muita agua jogada no oceano. Construimos um gasoduto de Santa Cruz de La Serra lá na Bolívia quase 3.500 km operando com 40%, dinheiro Público, e não é feita captação de água do Amazonas a qual desagua no Oceano. 
 
Jogar esgoto no Mar pode. Retirar um, dois ou três metros cúbicos por segundo
 
 Não pode! Orgãos ambientais Situacionais?

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