sábado, 15 de março de 2014

" Bat caverna" do mal na QNN 20, em Ceilândia ( Maior favela da America do Sul)

Prédio particular abandonado em Guariroba atrai lixo, bandidos e incomoda moradores há 20 anos


Ludmila Rocha
ludmila.rocha@jornaldebrasilia.com.br

 

Um prédio particular na QNN 20, em Ceilândia, tem tirado o sossego de moradores da região há pelo menos 25 anos. 

Reza a lenda que após a morte do proprietário, o edifício de três andares, conhecido como “Bat Caverna”, passou a ser disputado na Justiça por familiares. 

Desde então, sofreu incêndios; teve o muro, paredes internas e escadas quebradas; está com parte da estrutura enferrujada; virou lixão; abrigo para usuários de drogas, moradores de rua, animais, insetos e até  prática de crimes. 


Cansados de reclamar, moradores e comerciantes cobram uma solução.

A qualquer hora é possível encontrar pessoas dormindo, chegando ou saindo do local, que fica ao lado de uma escola pública, o Centro de Ensino Fundamental 19. 


À noite é ainda pior. 


Muitas vezes os “moradores” ligam o som e importunam os vizinhos
.
Moradores contam que há alguns anos havia um vigia cuidando do prédio, que acabou sendo dispensado. Assim que ele saiu, uma mulher teria invadido o terreno, onde passou a morar com os filhos. 


“Quando ela estava lá era melhor. Pelo menos era mais bem cuidado, não tinha lixo e usuários de droga e moradores de rua não frequentavam o lugar”, diz um vizinho.

Crimes

O prefeito comunitário Higor Sávio, 25 anos, conta que cresceu acompanhando o processo de degradação do espaço. “Muitos assaltantes desovam as mercadorias roubadas ou furtadas lá”, conta.


 Há cerca de um ano, a comunidade se uniu e derrubou as paredes que dividiam os antigos cômodos do primeiro andar. “Fizemos isso para dificultar a prática de crimes”.

De acordo com o rapaz, clientes do comércio próximo ou pacientes do hospital na quadra ao lado têm os veículos furtados ao estacionar próximo ao prédio. E a gravidade dos crimes pode ser ainda maior. 


“Sabemos de casos de mulheres que foram abusadas sexualmente no terreno abandonado”, observa.


Caso no Ministério Público


 Segundo Higor Sávio, a Administração Regional de Ceilândia foi acionada diversas vezes, mas não pôde resolver o problema por se tratar de uma propriedade particular. 

Diante disso, a prefeitura resolveu provocar o Ministério Público, há aproximadamente 15 dias, e aguarda uma resposta.


Mário Murilo Silva, proprietário de uma oficina mecânica em frente ao prédio abandonado, diz ter muitos transtornos. “Eles vêm pedir comida, dinheiro. Afastam a clientela”. 


A comerciante Marlene Rodrigues, 48 anos, concorda. “Além de perigoso, é feio, sujo e cheio de ratazanas”, reclama.


Edvaldo Antônio de Assis, 66 anos, mora ali perto há 26 anos. “Vi o prédio ser construído. Nunca funcionou nada ali”, diz.

Memória


Em 2012, uma estrutura semelhante começou a ser derrubada em Ceilândia. Por mais de 20 anos, a população conviveu com o que chamava de Castelo de Greyskull, a maior cracolândia da cidade. 


Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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