A Folha de São Paulo age como relações públicas da pré-campanha do petista Padilha ao governo de SP. Até foto “divulgação” foi parar em reportagem do jornal. Patético.
Chamar a imprensa de “golpista” foi/é um
truque e tanto da militância do PT. Basta verificar qualquer grande
jornal: nada de golpe, e uma fiscalização até branda. Ainda assim, eles
cravam “GOLPISTAS” e a imprensa pega ainda mais leve.
A Folha de São Paulo, por exemplo, já
deixou de fazer jornalismo mais criterioso quando se trata de
pré-candidatura de alguém do PT paulista. Foi assim em 2012 e, por enquanto, é o que se desenha nas eleições deste ano.
A coisa já começa com o fato de servir
de RP para uma pré-candidatura (algo que, até mesmo por questões da lei
eleitoral, não existe oficialmente). Não há qualquer análise mais
crítica, apenas repetição do que dizem; divulgação pura e simples.
Com
direito a foto promocional.
Não há mágica, portanto, na ação de
publicitários em transformar pré-candidatos em figuras conhecidas
(sempre positivamente). Parte da imprensa aceita o papel de divulgadora
pura e simples. Não está claro os termos desse aceite, mas a docilidade é
expressa, indesculpável, e de certa forma uma lástima para a verdadeira
imprensa.
O uso da foto de campanha é ainda mais patético e inaceitável quando se nota que a própria Folha tem um verdadeiro
“álbum de Orkut” das melhores imagens do candidato do PT.
Vejam que
graça. Lembra aqueles álbuns tipo “MOMENTOS” dos casais das redes
sociais. É o super jornalismo da folha quando se trata de candidato do
PT/SP.
E obviamente não para por aí. Além do álbum “MOMENTOS”, a mulher de Padilha ganhou uma reportagem
nível “Caras”, com elogios e docilidade, de uma maneira que poucas
empresas de RP conseguiriam.
A “reportagem” chega ao seguinte ponto:
“Caso desapareça do seu campo de visão por alguns minutos, porém, é
comum ouvir do petista: “Onde está a Thássia?”
Convenhamos, nem mesmo a “Caras”
chegaria a isso. Obviamente, nenhum outro candidato ou pré-candidato
recebeu esse tratamento da Folha.
E, caso receba, será vergonhoso do
mesmo jeito. Jornalismo é jornalismo, RP é RP. Desnecessário dizer qual
dos dois a FSP pratica quando se trata de Padilha.
O papel de caixa de ressonância
qualificada faz com que o jornal publique, sem qualquer observação
analítica, frases do petista como “não foi realizada nenhuma obra de
grande porte para aumentar a produção de água” – tratando a falácia como
se fosse verdade, agindo como mera propagadora.
E isso, claro, é mentira. Por óbvio, foram construídas obras de grande porte, servindo de exemplo a PPP Alto Tietê, anunciada
em 2008 e concluída em 2011, que adicionou 5.000 litros por segundo de
água tratada ao sistema de abastecimento metropolitano.
A empresa também
aumentou a produção de água nos sistemas Guarapiranga, Rio Grande, Alto
Cotia, Baixo Cotia e Embu-Guaçu, com mais 10.600 L/s. Ou seja, entre
2004 e 2013, foram incluídos 15.600 litros de água por segundo –
suficiente para abastecer 4,7 milhões de pessoas.
Mas, se Padilha falou, a Folha publica –
e os outros que se virem para emplacar a verdade dos fatos. A versão
petista é manchete, a realidade sem mentiras, no máximo, vai parar num
“erramos” – que, nesse caso, poderia ser “não fizemos jornalismo”.
E a essa altura, convenhamos, nem se
pode culpar a jornalista encarregada pela Folha de divulgar a campanha
petista.
Em primeiro lugar, porque parece claramente uma ordem de cima,
mas, além disso, sabemos o que acontece com jornalistas da Folha que de fato fazem o papel correto (em tempo: não, nenhuma web-feminista pró-PT reclamou dessa surra).
Enfim, seria interessante que a Folha
fizesse jornalismo de verdade e não mero papel de relações públicas da
candidatura petista em São Paulo. Sério, tá pegando mal, todo mundo já
percebeu.
Vamos lá.
Sua linha editorial adorava o topo dos muros. Eu sempre preferi o Jornal da Tarde mas também lia a FSP, pois muita gente boa escrevia lá. Esse tempo passou. Hoje, além da baixa qualidade dos textos, está dominado pela sabujice e superficialidade. Já não o assino há uns 20 anos.
Também projeto de redução de perdas e a PPP do São Lourenço que trará 4.700 litros de água por segundo para consumo da Grande São Paulo.
César