terça-feira, 25 de março de 2014

Folha do PT/SP, versão 2014

20 de março de 2014            BLOG O Implicante


A Folha de São Paulo age como relações públicas da pré-campanha do petista Padilha ao governo de SP. Até foto “divulgação” foi parar em reportagem do jornal. Patético.

 
 
folha maluf Folha do PT/SP, versão 2014


Chamar a imprensa de “golpista” foi/é um truque e tanto da militância do PT. Basta verificar qualquer grande jornal: nada de golpe, e uma fiscalização até branda. Ainda assim, eles cravam “GOLPISTAS” e a imprensa pega ainda mais leve.

A Folha de São Paulo, por exemplo, já deixou de fazer jornalismo mais criterioso quando se trata de pré-candidatura de alguém do PT paulista. Foi assim em 2012 e, por enquanto, é o que se desenha nas eleições deste ano.

A coisa já começa com o fato de servir de RP para uma pré-candidatura (algo que, até mesmo por questões da lei eleitoral, não existe oficialmente). Não há qualquer análise mais crítica, apenas repetição do que dizem; divulgação pura e simples. 

Com direito a foto promocional.

Não há mágica, portanto, na ação de publicitários em transformar pré-candidatos em figuras conhecidas (sempre positivamente). Parte da imprensa aceita o papel de divulgadora pura e simples. Não está claro os termos desse aceite, mas a docilidade é expressa, indesculpável, e de certa forma uma lástima para a verdadeira imprensa.

foto folha analitica Folha do PT/SP, versão 2014


Exemplo de “jornalismo combativo”: foto de empresa contratada pelo PT, para divulgação da candidatura de Padilha, publicada na edição impressa de 15/03/2014 da Folha de São Paulo.

O uso da foto de campanha é ainda mais patético e inaceitável quando se nota que a própria Folha tem um verdadeiro “álbum de Orkut” das melhores imagens do candidato do PT. 

Vejam que graça. Lembra aqueles álbuns tipo “MOMENTOS” dos casais das redes sociais. É o super jornalismo da folha quando se trata de candidato do PT/SP.

E obviamente não para por aí. Além do álbum “MOMENTOS”, a mulher de Padilha ganhou uma reportagem nível “Caras”, com elogios e docilidade, de uma maneira que poucas empresas de RP conseguiriam. 

A “reportagem” chega ao seguinte ponto: “Caso desapareça do seu campo de visão por alguns minutos, porém, é comum ouvir do petista: “Onde está a Thássia?”

Convenhamos, nem mesmo a “Caras” chegaria a isso. Obviamente, nenhum outro candidato ou pré-candidato recebeu esse tratamento da Folha. 

E, caso receba, será vergonhoso do mesmo jeito. Jornalismo é jornalismo, RP é RP. Desnecessário dizer qual dos dois a FSP pratica quando se trata de Padilha.

O papel de caixa de ressonância qualificada faz com que o jornal publique, sem qualquer observação analítica, frases do petista como “não foi realizada nenhuma obra de grande porte para aumentar a produção de água” – tratando a falácia como se fosse verdade, agindo como mera propagadora.

E isso, claro, é mentira. Por óbvio, foram construídas obras de grande porte, servindo de exemplo a PPP Alto Tietê, anunciada em 2008 e concluída em 2011, que adicionou 5.000 litros por segundo de água tratada ao sistema de abastecimento metropolitano. 

A empresa também aumentou a produção de água nos sistemas Guarapiranga, Rio Grande, Alto Cotia, Baixo Cotia e Embu-Guaçu, com mais 10.600 L/s. Ou seja, entre 2004 e 2013, foram incluídos 15.600 litros de água por segundo – suficiente para abastecer 4,7 milhões de pessoas.

Mas, se Padilha falou, a Folha publica – e os outros que se virem para emplacar a verdade dos fatos. A versão petista é manchete, a realidade sem mentiras, no máximo, vai parar num “erramos” – que, nesse caso, poderia ser “não fizemos jornalismo”.

E a essa altura, convenhamos, nem se pode culpar a jornalista encarregada pela Folha de divulgar a campanha petista. 

Em primeiro lugar, porque parece claramente uma ordem de cima, mas, além disso, sabemos o que acontece com jornalistas da Folha que de fato fazem o papel correto (em tempo: não, nenhuma web-feminista pró-PT reclamou dessa surra).

Enfim, seria interessante que a Folha fizesse jornalismo de verdade e não mero papel de relações públicas da candidatura petista em São Paulo. Sério, tá pegando mal, todo mundo já percebeu.
Vamos lá.

3 Comentários


  1. A Folha, por muitos anos, vendeu a ideia de ser um jornal plural, aberto a todas as opiniões (até Plínio Correa de Oliveira teve coluna na página 3). 

    Sua linha editorial adorava o topo dos muros. Eu sempre preferi o Jornal da Tarde mas também lia a FSP, pois muita gente boa escrevia lá. Esse tempo passou. Hoje, além da baixa qualidade dos textos, está dominado pela sabujice e superficialidade. Já não o assino há uns 20 anos.


  2. Não é só isso. Tem o Projeto Aquapolo de água de reúso, com capacidade para atender indústrias com até mil litros por segundo, permitindo que montante equivalente seja usado para abastecimento humano. 

    Também projeto de redução de perdas e a PPP do São Lourenço que trará 4.700 litros de água por segundo para consumo da Grande São Paulo.


    César


  3. Tem muito tempo q minha família notou isso e cancelou a assinatura!

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