terça-feira, 25 de março de 2014

Que o fracasso da Marcha da Família sirva para ensinar algo em termos de consciência política para a direita

Ceticismo Politico

marchadafamilia
Para o bem e para o mal, a Marcha da Família foi um fracasso monumental.


Em SP, a Marcha AntiFascista, organizada pela esquerda, chegou a levar mais pessoas. Não que isso significasse grande coisa, pois foram apenas 800 pessoas da esquerda, contra 700 da direita

Nesse show do bizarro, alguns manifestantes da Marcha da Família tomaram fãs do Metallica por black blocs e os xingaram de “lixo”.

Esse espetáculo deprimente, resultante de uma ingenuidade política monumental por parte de alguns direitistas, deve ter sido encarado pela esquerda como uma oportunidade inigualável. 

O rótulo “golpista” agora pode ser muito mais facilmente lançado sobre a direita.

Em suas racionalizações, os marchistas diziam: “Ah, mas a esquerda sempre ridiculariza a direita mesmo”. Mas mesmo assim era preciso facilitar? 

Outros poderiam dizer que “o grito estava entalado na garganta”. Sim, mas a fase em que nos limitamos a falar o que sentimos nos momentos de “desabafo” é a infância.

Eu dizia que a atual Marcha da Família é um tiro no pé de calibre tão alto que merecia até financiamento da esquerda.

Em pleno 2014, tivemos pessoas (que alegam ser de direita, e eu acredito) dizendo “não queremos eleições, queremos intervenção” ou “deposição do governo eleito” sem receber um centavo sequer do PT. 

Ei, pessoal, errar de forma tão espetacular para ajudar o oponente mereceria alguma compensação. Comecem a cobrar financiamentos do PT para a próxima Marcha da Família. Fica a dica.

Esse show de horrores em termo de estratégia política é um sintoma de que ainda temos muito trabalho pela frente em termos de criar uma verdadeira consciência política na direita. 

Essa consciência política é formada pela aniquilação (na medida do possível) da ingenuidade política, e a construção de um pensamento focado em estratégia política. 

Em suma, não devemos entrar em campo para fazer ações estrategicamente ruins, mas para tentar obter resultados politicamente justificáveis e viáveis de acordo com o período em que vivemos.

Não é preciso ser muito investigador para chegar a conclusão de que hoje em dia quem usa os frames adequados consegue mais resultados. 

Da mesma forma, aquele que se mostra mais inclusivo, compassivo e tolerante em seus discursos obtém mais resultados – isso sem precisar ser nenhuma dessas coisas.

É por isso que a esquerda quer censurar o oponente mas fala “em nome da democracia’. Eles estão jogando o jogo político, cuja regras são claras. Horowitz, por parte da direita, e Alinsky, por parte da esquerda, já nos deixaram isso bem claro.

Enquanto a esquerda fala em democracia enquanto pede censura – ver o caso da inominável Jandira Feghali, do PCdoB, querendo censura sobre Rachel Sheherazade por ela ter dito algo que não agrada os criminosos violentos – por que a direita não faz uma manifestação em prol da liberdade de expressão (e, por isso, contra a esquerda) usando Rachel como símboloUma manifestação deste tipo iria posicionar os petistas e seus aliados como censores perante a opinião pública.


Em outras palavras, somos nós, da direita, que temos o direito moral de usar o frame “democracia”, enquanto a esquerda não tem moral para falar em seu nome, principalmente depois das tentativas de implementar o marco governamental da Internet, propor suas leis de mídia e executar ações coordenadas entre vários partidos aliados (PT, PCdoB e PSOL) para censurar a opinião divergente.

Em tempos onde a esquerda luta de forma hercúlea para implementar a ditadura no Brasil, mas sempre usando o frame “queremos aumentar a democracia”, algumas pessoas da direita fizeram uma marcha dizendo “não queremos democracia”. 

Se isso fosse um filme, com certeza seria um filme trash, que de tão ruim chega a ficar engraçado.

Espero que os marchistas tenham aprendido uma coisa ou duas com a vergonha que passaram.

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