9/3/2014 às 00h14
ComCopa disse que nunca foi feita projeção para reaver o valor a curto ou médio prazo
Secopa-DF acredita que cada evento promovido no Mané Garrincha é capaz de injetar na economia local até R$ 12,3 milhões
Por meio de nota, a Secopa-DF (Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo no Distrito Federal) esclareceu que nunca foi feita qualquer projeção para que o estádio se pagasse a curto ou médio prazo e que, na realidade, este não é o objetivo.
A Coordenadoria de Comunicação para a Copa disse que é necessário destacar que os resultados financeiros de shows, partidas de futebol e demais eventos realizados no Mané Garrincha não devem ser mensurados tendo em vista apenas a arena, uma vez que o novo estádio seria um vetor de desenvolvimento econômico e social capaz de atrair oportunidades econômicas e trabalhistas para a capital federal.
Essa afirmação é baseada em um estudo da Codeplan (Companhia de Planejamento do Distrito Federal), que acredita que cada evento promovido no estádio é capaz de injetar na economia local até R$ 12,3 milhões e criar cerca de dois mil postos de trabalho diretos e indiretos.
Para o especialista em economia e professor da UnB (Universidade de Brasília) Roberto Piscitelli, no entanto, esse cenário não passa de uma "ilusão passageira".
Ele explicou que é necessário firmar convênios e parcerias que obriguem a realização de todos os tipos de eventos com frequência no local, porque "do jeito que está não é uma fonte de renda e emprego segura e sustentável".
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Piscitelli entende que além dos convênios é necessário um investimento maior por parte do Estado em clubes locais e externos.
A intenção é obrigar treinamentos e partidas semanais no estádio para incentivar a participação da iniciativa privada, porque até agora "todo o valor saiu dos cofres públicos".
Desde a inauguração, em maio de 2013, 29 eventos foram realizados no Mané Garrincha, incluindo 24 jogos, três shows e dois eventos institucionais.
O GDF explicou que restaurantes e lanchoentes próximos ao estádio chegam a registrar aumentos de 30% nas vendas nesses dias.
Gastos com manutenção
Atualmente, os gastos de manutenção do estádio, incluindo água, luz, limpeza, reformas e reparos, são arcados pelo Consórcio responsável pela construção, o Brasília 2014. O GDF garantiu que não sai nenhum centavo dos cofres públicos para o custeio dessas despesas.
A Secopa-DF relatou ainda que há garantia de cinco anos para ajustes eventuais sem pagamentos adicionais.
Outros custos de operação são de responsabilidade dos organizadores dos eventos que ocorrem no estádio. A pasta também disse que a receita gerada pela locação da arena, quando ocorrem partidas, shows e demais eventos, é dividida apenas entre o Tesouro Local e os organizadores.
Urbanismo do Estádio Mané Garrincha
O professor Antônio Carlos Cabral Carpintero, doutor em Arquitetura e Urbanismo/Desenvolvimento Urbano pela UnB, também criticou a forma em que o Estádio Nacional Mané Garrincha é utilizado atualmente.
Ele disse que do ponto de vista urbano não há papel relevante, porque o Mané Garrincha foi construído "apenas para atender interesses da FIFA (Federação Internacional de Futebol)".
— O estádio poderia ser ótimo, mas reduz a participação das pessoas na vida urbana.
Ele é todo gradeado e não foi feito para atender as necessidades da população, nem de Brasília nem do Brasil. Esse mesmo estádio poderia ser muito mais útil para a sociedade.
Por meio de nota, a Secopa-DF afirmou que para cada R$ 1 investido no estádio, o Governo do Distrito Federal assegurou outros R$ 3 para infraestrutura, mobilidade urbana e segurança no DF.
Segundo a Coordenadoria, são R$ 4 bilhões em recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal, somados ao orçamento local, que foram destinados ao Distrito Federal por Brasília ser sede da Copa do Mundo de 2014.
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