segunda-feira, 3 de março de 2014
Muita gente não lembra o que era a hiperinflação antes do Plano Real.
O comercial acima mostra a propaganda de uma cadeia de supermercados do sul do país, cujo o nome, casualmente, era Real. Olhem os preços do Brasil do Real.
Eles
mudavam a cada minuto. A função que empregava maior número de
funcionários era dos remarcadores de preços, com as suas maquininhas.
Você
corria pelas gôndolas para pegar os preços antigos, antes que o
"carimbador maluco" chegasse e aumentasse os preços antes de você
colocar o produto no carrinho.
Hoje
Aécio Neves, do PSDB, o partido que mudou o Brasil com o Plano Real,
publica um artigo sobre a importância daquela que foi a maior e mais
eficiente medida econômica da História do Brasil. Foi publicado na
Folha.
Leia abaixo.
Plano Real, 20
O
país está em festa. Milhares de brasileiros estão nas ruas e passarelas
do samba, protagonizando uma das maiores e mais bonitas celebrações
populares do mundo e a nossa excepcional diversidade cultural.
Neste
momento, suspendemos as tensões e eventuais diferenças e idiossincrasias
para ocupar as avenidas, sob o signo da alegria. Poucos fenômenos são
capazes de construir uma convergência assim, tão ampla e verdadeira.
Pensando
nela, lembrei-me de um outro momento da vida nacional que uniu os
brasileiros, em um fevereiro como este, 20 anos atrás: depois de vários
planos econômicos fracassados, o Plano Real acabou com a hiperinflação.
As novas gerações nem sequer podem imaginar o que significou uma era de
descontrole inflacionário que dizimava a renda das famílias, aumentava a
desigualdade social e impedia o país de crescer.
Sem
pirotecnia, demagogia e quebra do ordenamento jurídico, instaurou-se
uma agenda que contemplava os fundamentos da estabilização e do
desenvolvimento, na mais importante reforma econômica do Brasil
contemporâneo.
Outros avanços estruturais moldaram o país moderno e
respeitado que somos hoje.
Mas
a data de 27 de fevereiro é emblemática como ponto de ruptura com o
passado de equívocos e o advento de uma nova ordem.
Foi, acima de tudo,
uma construção política, nascida na democracia e em diálogo aberto com a
sociedade.
Um exemplo de como a coragem e a responsabilidade podem ser
instrumentos transformadores da nossa realidade.
Mas
nem o unânime reconhecimento que o Plano Real conquistou nesses anos
foi suficiente para uma autocrítica daqueles que, apesar de terem se
beneficiado dele, o combateram com ferocidade, pautados, como sempre,
pelos seus interesses eleitorais.
Todos
sabemos que nenhum dos avanços obtidos nos últimos 20 anos teria sido
possível se a inflação não tivesse sido derrotada.
Esta é a verdadeira
herança deixada pelo PSDB para os brasileiros, já incorporada ao
patrimônio do país.
Não podemos permitir que essa conquista se perca.
O
país vive um momento delicado, de baixo crescimento, inflação rediviva e
credibilidade em risco.
A infraestrutura compromete nossa
competitividade; a educação demanda uma gestão inovadora para cumprir o
seu papel transformador; as instituições públicas, reféns de grave
aparelhamento e pactos de conveniência, precisam ser resgatadas e
devolvidas ao interesse público.
Crises
graves, como a desassistência à saúde pública e a violência endêmica,
merecem uma nova mobilização de todos os brasileiros, para fazer o país
avançar mais. Convergência.
Coragem. Responsabilidade.
No país que é
também do Carnaval, todo dia é dia de construir o Brasil que podemos
ser.
Lorotas políticas e verdades efêmeras
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