Em sua coluna
de hoje na Folha, Gregório Duvivier rebate um leitor, real ou
hipotético, ou provavelmente ele mesmo mais novinho, que lhe pede para
fazer humor politicamente incorreto, atacando as minorias também.
Para
Greg (uso da intimidade desde que ele se referiu a mim como “Consta”),
isso só pode ser demanda de um reacionário. Não se brinca com as
“minorias”.
O problema desses reacionários, segundo
Greg, é que convivem com os progressistas e acham que o mundo é formado
por eles (Deus queira que não!). Artistas, feministas, ativistas,
humanistas, todos esses progressistas passam a impressão de que o mundo
não é formado por machistas e homofóbicos. Porque, claro, há centenas
deles em cada esquina, e não fossem os progressistas todos sairiam por
aí arrastando gays no asfalto e queimando negros…
Greg apela para o mesmo malabarismo de
seu colega progressista, Francisco Bosco, para afirmar que minoria não é
um conceito demográfico (ou numérico), e sim político. Como prova diz
que apenas um senador se declara pardo e nenhum se diz gay. Bosco também
acha que não devemos fazer humor com as “minorias” (essas que, juntas,
somam imensa maioria numérica). O alvo deve ser o homem branco, hétero e
cristão: esse não só pode como deve ser pintado como aquele machista
homofóbico acima, ridicularizado por todo tipo de piada.
Coisas como “orgulho branco” remetem
automaticamente à Ku Klux Klan, lembra Greg corretamente. Mas
curiosamente ele não vê mal algum em “orgulho negro” (que remete aos
Panteras Negras terroristas?). Claro, as “minorias” podem tudo, pois são
as eternas vítimas da “sociedade”, do homem branco heterossexual
cristão.
Por fim, o Greg mais velho dá um recado
ao Greg mais jovem: leia sobre feminismo antes de odiar o feminismo. Eis
o problema! Quem lê as mais famosas feministas é que fica, senão com
ódio, ao menos com certo desprezo. Até porque só encontra ódio,
ressentimento, rancor e misandria por ali. Sim, Greg pensou que só
existia misoginia no mundo? Bobinho…
As melhores piadas de judeu que conheço
são contadas por judeus. O mesmo para piadas de português. O mesmo para
piadas de loiras. Já vi negro contando piadas de negro, ou gay contando
piadas de gay. Mas o mundo moderno e politicamente correto de
“humoristas” como o Greg não permite nada disso. As “minorias” devem ser
preservadas custe o que custar.
Resultado: o humor é politicamente
engajado, ideológico demais, ataca apenas uma imagem caricata dos
brancos religiosos da classe média, e não tem graça. Se o Greg mais novo
é o próprio, então acho que ele era mais engraçado antes, quando era
“reacionário”. O atual tem a mesma graça de um militante do PSOL, ou
seja, nenhuma!
PS1: Talvez o máximo que o Greg consiga é rebater os pontos de um menino de 13 anos, então não vamos cobrar muito dele.
PS2: Qual a proporção de “minorias” na academia mais cara do Leblon, que Greg frequenta com seu personal trainer?
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