quarta-feira, 30 de abril de 2014

Isto está ocorrendo em pleno Distrito Federal: "Quem manda aqui são os bandidos", desabafa morador da região mais violenta do DF


Detalhe: na mesma página desta notícia é veiculada também a informação que um homem foi baleado em frente a um supermercado na Asa Sul - área nobre de Brasília


Com 450 mil habitantes, Ceilândia lidera o número de ocorrências policiais 


A violência disparou nas seis primeiras semanas de 2014 na capital federal. Dados da SSP-DF (Secretaria de Segurança Pública do DF) mostram que pelo menos 317 pessoas perderam a vida para a violência, uma média de três mortes por dia, até o dia 8 de abril.


O número maior de homicídios está concentrado em Ceilândia (DF), região mais populosa do Distrito Federal.


Com mais de 450 mil habitantes, 34 pessoas foram assassinadas nas quadras QNNs 3, 7 e 9, consideradas por um especialista da UnB (Universidade de Brasília) como as áreas mais violentas da capital do País. Para os irmãos e empresários Edgar e Wesley Pereira da Silva, de 36 e 33 anos, respectivamente, moradores da região, o local é dominado pelos bandidos.  — A gente tem medo de falar porque quem manda aqui são os bandidos. O tráfico de drogas é muito intenso por essas bandas e direto alguém perde a vida. Os traficantes e usuários cometem vários assaltos para manter o vício ou comprar mais drogas e a gente fica no meio do tiroteio. Trabalhamos praticamente para sustentar bandido e nunca temos certeza de que voltaremos vivos para casa.


Os dois mantêm uma padaria há quatro anos. Durante este período, o estabelecimento foi alvo dos bandidos 18 vezes. No dia 1º de fevereiro, Wesley presenciou um duplo homicídio a poucos metros do local de trabalho. A comerciante Sheila Moreira de Sousa, de 31 anos, moradora de Ceilândia desde que nasceu, perdeu o irmão mais novo há seis anos na porta de casa. Ela disse que pretende se casar e ter filhos em outros Estados brasileiros.  — Meu irmão cresceu junto com o amigo, que já era jurado de morte. Eles estavam na porta da minha casa conversando quando dois homens apareceram e atiraram. O amigo dele morreu na hora e meu irmão foi morto pouco depois porque viu quem eram os assassinos.


Apesar de a família continuar vivendo no local, ela garantiu que não vai deixar as duas filhas pequenas crescerem em meio à violência e criminalidade. Por isso, trabalha e estuda para dar um futuro melhor às crianças.  — Não quero mais morar aqui porque tá demais. A violência extrapolou todos os limites e bandido não respeita mais a polícia. O pior é que não adianta mudar para o próprio DF, porque todas as regiões estão contaminadas. Quero viver com paz com minha família. Talvez em outros Estados ou cidades mais pacatas.


Para especialista e sociólogo da UnB, Antônio Flávio Testa, essa é a realidade que a população do Distrito Federal vive diariamente por "omissão do Estado". Ele disse que enquanto as vítimas e seus familiares sofrem com a violência, que cada vez mais se firma como um problema "sistêmico e generalizado", os criminosos fazem o que querem porque acreditam que sairão praticamente impunes.  — É preciso fazer uma reestruturação violenta em todo o sistema e as autoridades devem tomar posturas mais firmes e definitivas para conter os criminosos o mais rápido possível, antes que a situação saia completamente do controle.


O sociólogo relatou que, a sensação de insegurança, antes confinada apenas à periferia,  se alastrou por todo o Distrito Federal, uma vez que a violência começa a aparecer nas áreas mais nobres e até então consideradas "tranquilas".  — Estamos falando de Lago Sul, Lago Norte, Asa Sul, Asa Norte, Águas Claras, Park Way, enfim, lugares onde vivem diplomatas, autoridades e executivos. Hoje, ninguém pode se dar ao luxo de andar nas ruas sem desconfiar de tudo e todos.   

Homem é baleado em frente a supermercado na Asa Sul


Polícia chegou minutos após atirador fugir do local do crime



Um homem foi baleado na porta de um supermercado na quadra 413 da Asa Sul, área central de Brasília. Os bombeiros foram chamados ao local para socorrer a vítima, que não foi identificada. Os disparos foram efetuados por um policial militar que estaria a paisana.  



Atirador e motivo do crime não foram identificados ainda pela polícia Nathalia Coelho / TV Record
 Segundo testemunhas, a polícia chegou minutos após o atirador fugir. Ainda de acordo com as testemunhas, a vítima seria um guardador de carros, que teria sido atingido pelo policial à paisana. No local, comerciantes e lojistas estão assustados com a violência. 

Fonte: R 7 
 

Blog Prontidão

Nenhum comentário: