quarta-feira, 30 de abril de 2014

Opinião: To quoque Lula--Ari Cunha


No Brasil do século XXI a história se repetiu como farsa.

Em junho de 2005, o então presidente Lula cuidou , ao seu modo , de escapulir da onda de escândalos vindas do episódio do mensalão. Na ocasião , em cadeia de rádio e televisão, o então presidente se colocou na posição de vítima de práticas escusas, chegando a afirmar que fora apunhalado pelas costas.  
 
Dois mil e quarenta e nove anos antes, em março de 44ac. o imperador romano Júlio César foi assassinado com 23 facadas nas escadarias do Senado por um grupo de 60 senadores e dentre os que desferiram o golpe fatal estava seu filho adotivo, Brutus. Na ocasião o imperador teria pronunciado a frase: “To quoque Brutus” ou "Até tu brutus?", demonstrando sua surpresa e decepção com a traição de alguém tão próximo. ...
 
No Brasil de Macunaíma e Pedro Malasartes a punhalada foi dada pela vítima, não só nas costas de todo o brasileiro mas , sobretudo, nas costas daqueles a quem chama de companheiros e que amargam agora , a vida no catre, cumprindo uma punição que não é só deles , a expiar pecados por vontades de outrem. Em entrevista a Rádio e Televisão Portuguesa, Lula afirmou, com todas as letras, acerca dos companheiros presos: “não se trata de gente da minha confiança”. Para quem era considerado, por  muitos,  como um César,  na verdade se revelou  como uma espécie  Brutus tupiniquim. 
 
Foto www.jornaldeluzilandia.com.br

Fonte: Blog do Ari Cunha - 30/04/2014 - - 09:30:52  BLOG do SOMBRA

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