O presidente do STF determinou o fim do tratamento diferenciado concedido aos mensaleiros
Publicado: 2 de abril de 2014 às 10:15
Publicado: 2 de abril de 2014 às 10:15
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa,
determinou nesta terça-feira (1) que as autoridades do Distrito Federal
acabem com o tratamento diferenciado concedido aos condenados na Ação
Penal 470, o processo do mensalão, que estão presos no Complexo
Penitenciário da Papuda, em Brasília.
Na decisão, o ministro afirmou que
o governador do DF, Agnelo Queiroz (PT), não tem “disposição para
determinar a apuração dos fatos narrados”.
Desde que começaram a cumprir pena nos presídios do Distrito Federal,
O Ministério Público já denunciou envolvimento dos mensaleiros em
regalias (picanha, peixada, lanches de uma rede de fast-food, podólogo,
perfume importado, visitas fora de hora e sem agendamento e até o uso de
celular).
O sistema penitenciário o governador do DF responderam ao
juiz Bruno André Silva Ribeiro, da Vara de Execuções Penais (VEP), que
não há tratamento diferenciado aos presos.
O ministro reiterou as decisões tomadas pela VEP para garantir o fim
da vida boa dentro do presídio. “Determino que sejam reiterados os
ofícios pelo juiz delegatório, bem como as autoridades em atuação nas
unidades prisionais implicadas observem todos os termos das decisões
anteriormente proferidas pelo mencionado juízo, de modo que sejam
suprimidas as diferenças de tratamento entre os detentos”, disse
Barbosa.
O caso chegou ao STF após a Corregedoria do Tribunal de Justiça do
Distrito Federal e Territórios (TJDFT) abrir investigação preliminar
para avaliar a conduta do juiz na condução das execuções das penas dos
condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão. Diante da abertura
da investigação, o juiz se declarou impedido por motivo de foro íntimo
para analisar as questões relacionadas aos condenados.
A investigação
preliminar foi aberta para apurar falta disciplinar do juiz ao solicitar
informações ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, sobre
regalias concedidas aos condenados no processo do mensalão.
No despacho divulgado hoje, o presidente do STF, Joaquim Barbosa,
afirmou que o magistrado não cometeu nenhuma irregularidade, apenas
cumpriu o dever de zelar pelo correto cumprimento das penas. O ministro
também determinou que Bruno Ribeiro seja mantido no cargo.
“Em atitude de claro desdém para com a autoridade judicial, e
desconsiderando o fato das irregularidades terem sido divulgadas
amplamente e comunicadas pelos órgãos do Ministério Público e da
Defensoria Pública em atuação junto à VEP, o governador do Distrito
Federal deu indicação clara da sua falta de disposição para determinar a
apuração dos fatos narrados e oferecer solução para problema posto”,
disse Barbosa.
A assessoria do governo do Distrito Federal disse que ainda não foi
informada oficialmente da decisão de Barbosa. Apesar disso, destacou que
o governador nega falta de disposição para apurar supostas
irregularidades no sistema prisional.
Disse ainda que apesar de ter solicitado ao juiz Bruno Ribeiro provas
das regalias concedidas aos presos do mensalão, até hoje não recebeu o
material comprobatório.
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