sexta-feira, 4 de abril de 2014

Tão bonzinhos....'Eles falaram que era para eu respeitar e não beijar', disse jovem.

4/04/2014 06h31

Gay acusa guardas-civis de São Paulo de agressão e homofobia


GCM nega que agentes tenham sido preconceituosos.

Do G1 São Paulo

Jovem mostra ferimentos que recebeu após confronto com a GCM (Foto: Arquivo Pessoal) 

Jovem mostra marcas de ferimentos após confusão no Arouche 

Um jovem homossexual acusa guardas-civis de o agredirem na madrugada de segunda-feira (31), na região do Largo do Arouche, área frequentada pelo público LGBT no Centro de São Paulo. A Guarda Civil Metropolitana (GCM) nega que os agentes tenham sido preconceituosos e acrescenta que quem levou soco foi um agente.

Erisvaldo Ferreira de Melo, de 26 anos, disse ao G1 que a confusão começou quando dois agentes abordaram um casal gay na Rua Vieira de Carvalho. Houve discussão e os namorados foram detidos. “Eles não estavam fazendo nada, mas o guarda quis colocar os dois dentro da viatura.”

Melo disse ter tentado interferir, mas foi lançado dentro do carro da GCM.

“Deram um tapa na minha cara, nem falaram nada. Só me xingaram de viadinho e me bateram”, acrescentou. “Eles falaram que era para eu respeitar e não beijar na frente deles.” Ele foi levado ao 2º Distrito Policial, no Bom Retiro, e depois para um hospital, onde teve de fazer exame de sangue. “Falaram que eu tinha danificado o carro da GCM, mas depois me liberaram”, contou.

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Procurada, a Secretaria da Segurança Urbana, responsável pela GCM, rebateu as acusações. Segundo a pasta, por volta das 3h30 de segunda sete indivíduos encostaram em um carro da corporação que estava parado no largo.

Ainda de acordo com a nota, os agentes pediram que eles desencostassem, mas um dos jovens reagiu, xingando e agredindo com um soco nas costas um dos guardas.  “Diante do acontecido, os agentes deram voz de prisão por desacato. Houve resistência por parte do grupo, que ainda danificou o paralama e a porta traseira.”

Na terça-feira (1º), Melo registrou um boletim de ocorrência na delegacia responsável por investigar crimes de intolerância (a Decradi), do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

A nota da Secretaria da Segurança Urbana acrescenta que repudia “qualquer atitude homofóbica por parte de seus servidores, que são orientados e capacitados a assegurar todos os munícipes, sem quaisquer distinções".

Leia a nota na íntegra:

"A Secretaria Municipal de Segurança Urbana, pasta responsável pela Guarda Civil Metropolitana, informa que na madrugada do último dia 31, por volta das 03h30, sete (07) indivíduos encostaram na viatura da corporação, no Largo do Arouche. Os guardas que estavam em serviço pediram para que os mesmos desencostassem da viatura por duas vezes, o que não foi feito. 

Um dos envolvidos, além de proferir palavras de baixo calão aos agentes, agrediu um GCM com um soco nas costas. Diante do acontecido, os agentes deram voz de prisão por desacato. Houve resistência por parte do grupo, que ainda danificou o paralama e a porta traseira (lado direito) da viatura. 

Eles foram encaminhados ao 2º Distrito Policial, onde foi registrado o Boletim Ocorrência nº 2172/2014, contendo as informações acima. 

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana e Guarda Civil Metropolitana ainda ressaltam que repudiam qualquer atitude homofóbica por parte de seus servidores, que são orientados e capacitados a assegurar todos os munícipes, sem quaisquer distinções."


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