Basta lermos os jornais que encontraremos vários casos da execução desta estratégia todos os dias. Podemos dizer que ela se tornou um padrão da esquerda.
Por ter se tornado uma constante e gerar bastante capitalização política, temos obviamente que estudá-la como um fenômeno cultural.
A coisa funciona da seguinte maneira: militantes de esquerda, geralmente relacionados a ou participantes de alguma minoria, terão comportamento histérico quando ocorrer algum tipo de evento que dê margem a manifestações do tipo “há preconceito”.
E para facilitar a demonstração deste fenômeno, hoje especialmente esquerdista, tivemos duas situações que ocorreram recentemente no programa Big Brother Brasil, edição de número 12.
Como todos devem saber, um dos participantes, Daniel, fez sexo com uma garota, Monique. O detalhe é que ela estava dormindo e não sentiu nada. (Provavelmente Daniel seja tão mal dotado que ela nem foi capaz de acordar…)
Brincadeiras à parte, o fato é que tanto Daniel como Monique estavam bêbados. E, seja lá como for, aconteceu a tal relação sexual “não consensual”.
Tecnicamente, é um estupro, e quanto a isso eu não discordo. Mas é claro que o fato da garota ir para debaixo do edredon com ele também pode despertar a idéia de que a garota “facilitou”, não?
Pedro Bial até brincou, dizendo: “o amor é lindo”.
Foi o suficiente para despertar um comportamento histérico de várias feministas, bradando que o ocorrido no Big Brother foi um caso de “machismo”.
Vamos aos fatos: só o fato de alguém rir da situação e achar que a garota facilitou não configura machismo. Até por que se Daniel estivesse dormindo e ela praticasse um “bola gato” nele, também riríamos da mesma forma de todo o absurdo da situação. E isso seria uma ação feminista? Claro que não.
Mas o que ocorre, no afã de minorias gritarem a expressão “é preconceito, é preconceito” e capitalizarem politicamente, é o início de todo um show de ladainha.
Começam, por exemplo, manifestações como “temos que discutir o machismo no Brasil”, como pode ser visto neste texto. O blog de José Dirceu também já estimula o esperneio feminista, com o texto “BBB12 e a violência machista”.
Esses dois links que eu citei são exemplos de vários que se encontra na Internet. Basta digitar a expressão “machismo discussão big brother”.
Teríamos aí o primeiro exemplo desta estratégia.
Mas ironicamente o MESMO PROGRAMA deu margem à uma outra execução da estratégia, agora partindo de outra “minoria”. No caso, o movimento negro.
A Revista Africas citou a declaração de Boninho, dizendo a expressão “Suposto estupro no BBB está virando caso de racismo”. A mãe de Daniel não se conforma com a expulsão de seu filho. Para ela, é racismo e não tem papo.
Esses links foram encontrados, aliás, simplesmente usando os termos “racismo daniel big brother”.
Quer dizer, de um lado feministas gritam que a situação toda é um caso gravíssimo de machismo. De outro, gritam que a situação demonstra uma horripilante situação de racismo.
Obviamente, não ocorreu nem uma coisa nem outra. Ocorreu um estupro e o sujeito deve ser investigado. Essa investigação não constitui racismo. E acharmos graça de toda situação não constitui machismo, pois acharíamos graça da mesma forma se Monique fizesse um boquete em Daniel e este, dormindo, nem percebesse.
Mas nada disso importa para os militantes. Se você tentar discutir com qualquer um dos grupos, eles lhe ofenderão. Se você questionar qualquer das feministas, vão te chamar de “machista”. Se questionar qualquer um do movimento negro, neste caso, vão te chamar de “racista”.
O fato é que os militantes de ambos os grupos estão “sensíveis” demais. Qualquer situação passa a ser pretexto para protesto. E, no princípio de se fingir algo até se acreditar que isso é verdade, de forma psicótica, muitos militantes realmente se sentirão magoadíssimos. Poderão até chorar de verdade, mostrando uma indignação e revolta que poderá até convencer os mais ingênuos de que a reação seria justificável.
Além de tudo, como já disse, raros se atreverão a questioná-los.
E por que os histéricos da esquerda não serão questionados? Simples: assim como existe a tendência de alguém se calar com esquerdistas que apelam para a baixaria pura (como já mostrei na estratégia “Baixaria absoluta”), muitos também tendem a sair de perto de alguém que se comporta histericamente.
Até por que a histeria excessiva não difere muito da loucura (ao menos temporária) em termos comportamentais.
Em termos de Dinâmica Social, podemos ver como o fenômeno funciona. Imagine que apareça um doidinho gritando e fazendo escândalo, e você está no meio de seus amigos. Se você sentir que seus amigos se preocupam com sua imagem, e não querem vê-lo fazendo papelão, a tendência é que você saia de perto, ao invés de ir discutir com o maluco.
Sabendo disso, os esquerdistas aproveitam toda e qualquer oportunidade para executar a sensibilidade artificial histérica. O termo “artificial” refere-se ao fato de que os eventos que geram os atos de revolta absoluta e indignação exacerbada não são justificáveis. (É claro que esta estratégia não se configura em uma situação de REAL preconceito, como por exemplo se alguém afirmar que “mulheres não devem votar”. Neste caso, não teríamos uma situação de histeria artificial caso alguém ficasse indignado.)
Este padrão vale para explicar também quando gayzistas gritam “homofobia” em direção a alguém que não praticou nenhum ato homofóbico.
Por exemplo, quando Bolsonaro disse que não queria que seu filho se casasse com Preta Gil, ela também utilizou esta estratégia. (Na época, fiz um texto mostrando a insanidade dos protestos sobre o suposto “racismo” de Bolsonaro)
Para aumentar o catálogo de exemplos, não podermos esquecer da situação de Rafinha Bastos, quando disse, em relação à Wanessa Camargo, grávida: “Eu comeria ela e o bebê”. Recentemente, Rafinha foi condenado a pagar uma indenização, o que é injustificável. Mas esquerdistas, que sempre odiaram Rafinha Bastos (por ser um dos símbolos do politicamente incorreto), capricharam na histeria “anti-pedofilia” para tentar imputar falsas culpas ao humorista. Deu certo.
E, da mesma forma que em relação a estratégia “Baixaria Total”, tentar conversar com eles é a pior das opções. Quando alguém está histérico, o lado mais sereno tende a sair perdendo se já foi criada uma situação de comoção na platéia.
Por isso, o ideal é denunciar o comportamento e estudar os padrões daquele envolvidos.
Esta estratégia é poderosa e só poderá ser neutralizada com uma extensiva conscientização da opinião pública em relação a este modelo de comportamento.
P.S.: O termo “sensibilidade artificial histérica” foi usado por Olavo de Carvalho em uma das edições mais recentes do programa True Outspeak.
Comentario :
1: Acho que foi estupro…
2: RACISTA!
1: Então não foi estupro.
2: MACHISTA!
1: Ah, nem quero saber…
2: OMISSO!
1: Ah, vai tomar no…
2: HOMOFÓBICO!