Aécio Neves discursou aos trabalhadores em evento sindical alusivo ao Dia do Trabalho (Foto do site da rádio Jovem Pan) |
O
presidenciável pelo PSDB, mineiro Aécio Neves, que nesta quarta
participou de encontro da Força Sindical pelas comemorações de 1º de
maio, criticou em entrevista exclusiva ao programa "Os Pingos nos Is",
da Rádio Jovem Pan, o
pronunciamento da presidente Dilma Rousseff da noite de quarta, no qual
ela anunciou um aumento de 10% no valor do Bolsa-Família e uma correção
de 4,5% na tabela do Imposto de Renda (IR).
Aécio divulgou também, pela
primeira vez e com exclusividade, que vai propor na segunda-feira uma
emenda à Medida Provisória anunciada por Dilma, do IR, em que garante um
reajuste da taxa de acordo com a inflação pelos próximos cinco anos. O
programa “Os Pingos nos Is”, tem como âncora o jornalista Reinado
Azevedo.
"Estou
apresentando na segunda-feira uma emenda a essa Medida Provisória
garantindo pelos próximos cinco anos um reajuste na tabela do Imposto de
Renda pelo índice inflacionário global, e não por uma parcela do índice
inflacionário", diz Aécio, "garantindo as perdas reais dos
trabalhadores brasileiros e tirando esse tema da agenda política e
oportunista, como buscou fazer ontem (quarta) a presidente da
República". Ou seja, a tabela do IR seria reajustado segundo o IPCA
(Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
Isso
porque uma das principais críticas de Neves ao discurso de Dilma é a
desproporcionalidade do valor de correção anunciado e a inflação.
"Quando ela fala da correção da tabela do Imposto de Renda no seu
pronunciamento, ela omite os percentuais desse reajuste", afirma. "Na
verdade ela propõe um reajuste de 4,5% para uma inflação de 6%" (nos
últimos dois meses). Aécio parece desconfiar também dos reais motivos do
anúncio da presidente: "O que eu vejo é que basta a oposição crescer um
pouco nas pesquisas, que começa a haver algumas bondades para os
trabalhadores, e são bem vindas, mas deveriam ser feitas com maior
responsabilidade e falando a verdade", avalia o senador.
DILMA SERÁ PROCESSADA POR
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Aécio anunciou também que a ação que a oposição vai tomar contra o discurso de Dilma não
vai ser apenas na Justiça Eleitoral, por propaganda antecipada, mas de
improbidade administrativa. "Vamos recorrer na segunda-feira ao
Ministério Público por improbidade, porque isso foi pago pelo nosso
dinheiro e é inaceitável", afirma o líder tucano. "Nós assistimos à mais
patética demonstração de descompromisso com a legalidade já praticada
por um presidente da República nos últimos tempos", proclama Neves.
O
presidente do PSDB ainda provoca: "(Dilma) fez como instrumento de
Estado aquilo que seu Governo vem fazendo com a Petrobras: se apropriou
dele em benefício próprio, em benefício de seu projeto político". Neves
afirma também que "nem no tempo do regime ditatorial nós assistimos a um
presidente da República dar tantos maus exemplos".
Além do
anúncio do reajuste na taxação do Imposto de Renda, Aécio Neves
criticou a divulgação do aumento em 10% do Bolsa-Família. "Ela (Dilma)
mente quando diz que o Bolsa-Família coloca todos os beneficiários na
faixa estabelecida pela ONU acima da linha da pobreza absoluta, que
seria US$ 1,25 dólares por dia", diz o tucano. Em suas contas, para o
objetivo anunciado ser alcançado o valor do benefício social deveria
chegar aos R$83, e não apenas os R$77 alcançados com o reajuste
informado.
O provável candidato à corrida eleitoral condenou além do mais trecho do discurso de Dilma em que ela diz: "Não podemos aceitar o uso político da inflação por aqueles que defendem o quanto pior melhor". Para Aécio, Dilma Rousseff "considera 'nós' aqueles que bajulam o governo e 'eles'aqueles que criticam e apontam as falhas do Governo".
"Está
no hora e a sociedade vêm percebendo isso, de mudança", diz o tucano.
"Ela (a presidente) falou em 15 segundos seis vezes a palavra de
mudança, querendo encarar ela própria a mudança em seu governo", contou
Aécio Neves.
"O que ela tem que estar preparada para ouvir é que a
mudança, por que clama mais de 70% da população, não inclui a
continuidade da presidente da República no Governo", espera o
pré-candidato de oposição. Do site da rádio Jovem Pan
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