sexta-feira, 2 de maio de 2014

Oba, briga de gente inteligente! Luciano Henrique versus Luiz Felipe Pondé.E sobre mulher!Lisonjeiro....

A péssima dinâmica social de Pondé. Mas com desconstrução, até que podemos aproveitar algo.

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Luiz Felipe Pondé escreveu um texto que mistura tanto um lapso de ironia como um amontoado inaceitável de ingenuidade e até estupidez. O tema? O potencial de pegar mulher que discursos de direita e esquerda possuem. “Por uma direita festiva” foi publicado em 21 de abril na Folha de São Paulo.

O maior ponto de irritação por parte da direita se deve ao fato de Pondé usar várias falácias para dizer algo como: “Meu oponente ideológico pega mais mulher do que eu”. Evidências de que ele disse exatamente isso está nas citações abaixo:
Ser jovem e liberal é péssimo para pegar mulher. Este é o desafio maior para jovens que não são de esquerda.

Um dos maiores desafios dos jovens que não são de esquerda não é a falta de acesso a bibliografia que seus professores boicotam (o que é verdade), nem a falta de empregos quando formados porque as escolas os boicotam (o que também é verdade), mas sim a falta de mulheres jovens, estudantes, que simpatizem com a posição liberal (como se fala no Brasil) ou de direita (quase um xingamento).

Os cursos em que você encontra jovens liberais (economia, administração de empresas, engenharia e afins) têm muito poucas mulheres e as que têm não têm muito interesse em papo cabeça e política. O celeiro de meninas que curtem papo cabeça e política são cursos como psicologia, letras, ciências sociais, pedagogia e afins, todos de esquerda.
Pondé criou um mundo em sua cabeça onde as faculdades se dividem em Exatas e Humanas. E de forma assustadoramente bizarra (até infantil, pode-se dizer), ele passou a valorizar demais o fato de existirem muitas mulheres nos cursos de Humanas.

É aí que ele erra tanto que parece que estamos lendo o texto de uma criança de 13 anos. No máximo. Ele se esqueceu de citar os cursos ontem realmente existem mulheres (belas, diga-se): Fisioterapia, Educação Física, Medicina e Odontologia. Que não são de esquerda.

Donde se conclui que o problema de Pondé não é a dificuldade de um liberal em pegar mulher, mas sim de um liberal que não sabe achar as mulheres universitárias nos lugares onde elas realmente estão.  (Em tempo: antes que alguma leitora me chame de “machista”, digo que assim como um homem pode falar sobre os lugares onde as mulheres mais belas estão, uma mulher pode falar sobre os lugares onde seus homens preferidos estão. E elas podem usar o critério que quiser. Portanto, direitos iguais aqui, ok?)

A coisa não pára por aí: há lugares muito melhores para pegar mulher do que em universidades. Para quem não se preocupa muito com a carreira, tem o local de trabalho. Mas eu não recomendo. Os seguintes lugares podem ser elegíveis:
  • Balada
  • Barzinho
  • Lanchonete
  • Academia
  • Pista de cooper
  • Igreja (não funciona para quem é ateu)
  • Ruas, avenidas e calçadas em geral
  • Supermercado
  • E assim por diante…
Quer dizer, se o sujeito reclama de não pegar mulher por escolher um único ambiente isolado onde existem mulheres em quantidade limitada (e muitas vezes com opções que não são lá essas coisas), o problema está nessa pessoa.

Eu até entendo que muitos de direita se irritaram com o texto de Pondé por ele praticamente chamar os esquerdistas de “pegadores de mulher”.

Ledo engano: quem depende de pegar mulher em seu ambiente acadêmico tem opções limitadíssimas e não pode contar vantagem alguma. Aliás, o próprio Pondé mostra que provavelmente é um daqueles sujeitos que, assim como muitos acadêmicos, acabou pegando mulher… em seu curso.

O texto de Pondé é flagrantemente inválido, pois limita o universo da pegação de mulheres a um dos piores lugares possíveis para se pegar mulheres: a universidade onde você estuda, caso você estude em um  curso de esquerda.

Me lembro que nos tempos de faculdade era praxe convidar mulheres de Fisioterapia, Odontologia e Psicologia (aí sim um curso de Humanas) para nossas festas. Como eu era de Ciência da Computação, sabia que no meu curso só tinha canhão. Recorrer às mulheres de outros cursos era a opção. Mas, com exceção de Psicologia, nada de chamar as meninas de Humanas, salvo raríssimas exceções…

E se há um curso onde o mulheril existe em abundância é Educação Física. Mas como diria a música do Pantera (A new level), ali é outro nível. Outros cursos ótimos (que nada tem de esquerda) onde abundam senhoritas de bom grado incluem: Turismo, Hotelaria, Relações Públicas e até Moda. Se bem que nestes últimos casos, recomendo nem se inscrever, pois um sujeito que faz faculdade de Moda não vai pegar uma mulher por lá, evidentemente. Mas convidar as mulheres de Educação Física, Turismo, Hotelaria e Moda para suas festinhas é uma boa recomendação.

Em relação às HB’s de Psicologia, justiça seja feita. Sempre um curso de muita qualidade, mas o detalhe é que elas tendem a ser espertas demais e não caem tanto em engodos. Por isso, Psicologia é o único curso de esquerda onde os caras de esquerda não tem vida fácil com as mulheres. Ao contrário: as futuras psicólogas vão sair com médicos, empresários, etc.

Como um resumo, podemos fazer o seguinte:
  • Em Exatas, não há muita mulher mesmo, pois elas não tem interesse nessas áreas em termos profissionais
  • Em Humanas, há muito mais mulher, mas, com exceção de Psicologia, há muito mais canhões do que máquinas
  • As melhores opções de mulheres estão para além dos tradicionais cursos de Exatas e Humanas. Ex: Medicina, Fisioterapia, Turismo, Hotelaria, Educação, Física, etc.
  • Mas antes que algum tonto queira comemorar dizendo algo como “No meu curso tem mais mulher, viva!”, lembro que a universidade não é das melhores opções para se pegar mulher
  • Na verdade, você pode pegar mulher em qualquer lugar
  • E mesmo na universidade, você pode pegar mulheres de outros cursos
  • Assim, “falta de mulheres em seu curso” ou “muitas mulheres (a maioria delas feias) nos cursos de humanas” não deveria nem de longe ser um problema
  • Em resumo, viva a vida e vá atrás das mulheres onde elas estão (e as mulheres com certeza irão atrás dos homens onde eles estão – para que não me acusem de machista)
Em síntese, se alguém de direita se envergonhou com o texto de Pondé, é só observar que boa parte do discurso deste último sobre o sexo feminino é no mínimo calamitoso. Acho que um dia ele vai chorar se ler qualquer coisa de dinâmica social.

Mas há algo de útil no que Pondé escreveu. Já que existe um universo de mulheres que frequenta cursos de esquerda, e um grupo de pessoas que dá endosso à ideia de que o ambiente ideal para pegação é a universidade, realmente pode ser que o discurso esquerdista valha para alguma coisa.

E nesses casos específicos, para vergonha dos discípulos de Che Guevara, podemos converter todo o discurso esquerdista para uso em um fim específico: caso você seja estudante universitário que limite seu universo de mulheres àquelas que estudem em cursos de esquerda, você possui boas chances de achar uma mulher que seja seduzida por este discurso. Neste caso, o esquerdismo pode servir como uma forma de se pegar mulher.

Note que ainda temos os problemas anteriores: uma boa quantidade de dragões pela frente. Mas se você quiser seguir o conselho de Pondé, por que não?

Veja o que ele diz:
Ou imagine você dizendo para uma menina bonitinha algo assim: “O capital mata crianças de fome na África!”. Mesmo sendo ela uma jovem endurecida pela batalha contra a opressão da mulher (por isso tenta desesperadamente ser feia), seu coração jorrará ternura.

Imagine a energia de uma manifestação! Braços dados ou não, mas caminhando e cantando. Imagine a fuga, correndo juntos da polícia. Os corações batendo juntos!

E claro, imagine vocês no bar da faculdade (matando a aula, porque quem assiste aula não pega mulher): muita cerveja, muitas juras de revolta contra as injustiças sociais, muitas citações de Marx e Foucault.

Ou, mais sofisticado ainda: um festival de documentários em Cuba! Meu Deus, pode haver paraíso melhor para se conhecer meninas “donas do seu corpo”?
Desde as primeiras populações na pré-história sabe-se que sem álcool e conversa (por isso aprendemos a falar, do contrário só as meninas falariam) a humanidade teria desaparecido porque mais da metade das meninas não iam querer transar –principalmente quando descobriram a dor do parto.

O canal para uma direita festiva é: fale de liberdade, do sofrimento humano, de corpo, discuta documentários, diga que a vida não tem sentido, mas que a beleza existe, não se vista como o Sheldon, viaje para a Islândia, e (pelo amor de Deus!) não fale de economia.
Enfim, é possível encenar esses discursos para pegar mulher. Quero dizer que eu nunca tentei a fórmula de Pondé. Mas creio que ele deveria elaborar mais sobre isso. Podia ser um manual assim: “Curso para pegar mulheres em faculdades de esquerda, sem precisar ser esquerdista, usando apenas as ãncoras esquerdistas necessárias”.

Aliás, se formos pela ótica da dinâmica social, fingir esquerdismo pode ser melhor que ser um esquerdista efetivamente, pois mulheres tendem a gostar de desafio no jogo da sedução. Mas isso é assunto para outro lugar!

O que mais importa é que o esquerdismo sempre foi um truque. Ele é usado pelos beneficiários para seduzir seus funcionais, de forma que esses últimos dêem poder aos primeiros. E, segundo Pondé, também serve para levar garotas para cama, desde que essas garotas estejam em cursos de esquerda, e que você limite seu universo de mulheres àquelas destes cursos.


Dito de outra forma, o esquerdismo sempre foi um truque para quem tem segundas intenções. E agora também pode servir para pegar mulheres para aqueles que queiram usar a faculdade como seu lugar para “caça”. Cada um com suas manias.
E é nesse ponto que grande parte da direita não captou a parte mais essencial do texto de Pondé: o esquerdismo sempre foi e sempre será apenas um truque onde pessoas mais espertas levam vantagem sobre outras mais ingênuas.

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