O ator Wagner Moura deu uma longa entrevista
a Folha hoje, falando sobre seus projetos e, claro, sobre sua ideologia
política. Um de seus projetos preferidos à frente é o filme sobre o
terrorista comunista Marighella. Para enaltecer o assassino comunista, a
produção vai gastar R$ 10 milhões, de olho no lucro bem capitalista, já
que ninguém é de ferro.
O filme será filmado em Cuba, lugar bem
adequado, pois além de baratinho para a produção, representa a realidade
miserável criada pelos sonhos de gente como Marighella. É o que o
Brasil seria hoje se os comunistas tivessem vencido.
Moura elogia a disposição de sacrifício
dessa geração: ”Sem querer parecer piegas, havia um comprometimento com o
coletivo nos anos 1960, 1970, especialmente dos jovens, que não faz
muito sentido hoje. Os caras iam para a clandestinidade, muitos morriam,
eram torturados, abdicavam de vida pessoal, de carreira, filhos, porque
acreditavam numa coisa”.
Detalhe bobo ignorado pelo ator: essa
“coisa” em que acreditavam foi responsável pela morte e escravidão de
milhões de pessoas. Os nazistas também acreditam numa “coisa” e estavam
dispostos a matar ou morrer por ela (mais matar do que morrer, assim
como os comunistas). Para Wagner Moura isso não importa: o importante é
crer em algo e apertar o gatilho!
O ator engajado acrescenta: Ӄ um filme
sobre sacrifício. Ele tinha uma visão aguçada do futuro, com muita
lucidez, um dos únicos a entender, antes do golpe, que a chapa ia
esquentar muito. O herói que eu gosto de ver é esse, o que caminha para
um destino trágico com altivez”. Visão do futuro? Lucidez? O que o homem
tinha era uma incontrolável sede por sangue e violência, assim como seu
ídolo Che Guevara. A chapa esquentou justamente por gente como ele.
Como o sujeito precisa dar pitaco sobre tudo, sempre com seu viés socialista (mas o Francisco Bosco jura que ele defende
o modelo social-democrata moderado!), Wagner Moura falou sobre a morte
do torturador Paulo Malhães: “Um cara diz publicamente que matou,
torturou, fez o diabo e, no mês seguinte, morre? É queima de arquivo,
mostra como as forças conservadoras são atuantes”.
Forças conservadoras atuantes? E falam que o Olavo de Carvalho é que gosta de teoria conspiratória! Reinaldo Azevedo dá a resposta para antas desse naipe:
A morte
provocou certa histeria na imprensa, que decretou “queima de arquivo”.
Nessa hipótese, ter-se-ia formado, creio, um bando de velhinhos
torturadores – o facínora júnior teria uns 70 e poucos; o sênior, mais
de 90– para exterminar “traidores” da causa, ainda que tal designação
não coubesse exatamente ao coronel. Afinal, ele afirmou ter praticado,
sim, coisas horríveis, mas pôs tudo na conta do dever cumprido. Também
não citou nomes.
Por que “os
porões reagiriam”? Ainda que os vovozinhos da tortura não executassem
pessoalmente a tarefa, teriam de estar notavelmente organizados para,
com um braço ágil e operativo, partir para a ação direta. Ora, se estão
estruturados o bastante para matar um dos seus, por que não, então, para
eliminar alguns dos inimigos de antes? A hipótese era ridícula de
saída. E ousei escrever isso desde o primeiro dia, o que me rendeu as
simpatias costumeiras dos pistoleiros das palavras.
O exame do
corpo constatou que Malhães não morreu sufocado, mas de ataque cardíaco.
O caseiro da chácara confessou que organizou o assalto em companhia dos
irmãos. Queriam as armas que o coronel colecionava. Os que viram no
caso mais uma evidência de que a direita pré-Jango (Deus do Céu!) estava
se reorganizando não se deram por vencidos. Como é que os fatos ousam
desafiar a interpretação conveniente, aquela que põe no seu devido lugar
moral os atores de… 1964?
Claro, esses “jornalistas” não gostam dos
fatos, assim como Wagner Moura. Se gostasse não diria que o terrorista
comunista tinha visão aguçada do futuro e muita lucidez. O que Wagner
Moura gosta, de verdade, é de acumular uma boa fortuna vendendo
socialismo no modelo capitalista para idiotas, e ainda posando de
humanitário engajado e preocupado com os mais pobres. Uma delícia de
hipocrisia!
Nenhum comentário:
Postar um comentário