Na VEJA .com:
O Conselho de Segurança da ONU aprovou uma
resolução pedindo uma investigação independente e acesso completo ao
local da queda do avião da Malaysia Airlines.
A aeronave, que levava
quase 300 pessoas a bordo e ia de Amsterdã para a Kuala Lumpur, foi
abatida por um míssil ao sobrevoar o leste da Ucrânia. O texto aprovado
pede uma investigação “completa, rigorosa e independente” do caso. A
aprovação foi por unanimidade, ou seja, a Rússia também votou a favor.
O texto
afirma que os separatistas pró-Moscou – identificados simplesmente como
“grupos armados” para evitar protestos da Rússia – devem garantir acesso
seguro ao local. A Rússia havia se posicionado contra uma versão
anterior que deixava nas mãos da Ucrânia a liderança da investigação,
informou o britânico Daily Telegraph, mesmo que o procedimento padrão
nas leis internacionais quando ocorre um desastre aéreo seja deixar a
investigação a cargo do país onde a tragédia ocorreu e do país onde fica
a sede do fabricante da aeronave.
O
embaixador da Rússia nas Nações Unidas, Vitaly Churkin, afirmou que o
país “está pronto para oferecer qualquer ajuda necessária” para as
investigações. Acrescentou que o Kremlin apoia totalmente uma apuração
que “lance luz sobre a verdade”. E defendeu que todas as provas,
incluindo as caixas-pretas, devem ser entregues à Icao), a agência das
Nações Unidas que se ocupa da aviação internacional.
A
embaixadora americana Samantha Power voltou a pressionar Moscou, dizendo
que o apoio à resolução é bem-vindo, mas ressaltando que “nenhuma
resolução teria sido necessária se a Rússia tivesse usado sua influência
para fazer os separatistas deixarem suas armas”. Ela disse ainda que o
silêncio da Rússia manda uma mensagem de apoio aos “grupos armados
ilegais” e lembrou que representantes do governo russo insinuaram
publicamente que a culpa pelo desastre é da Ucrânia.
Saiba mais
Pouco depois da intervenção americana,
Churki fez exatamente o que Samantha havia apontado – tentou
responsabilizar o governo de Kiev. “Durante a investigação, a Ucrânia
terá de responder a perguntas sobre as atividades de seus controladores
de tráfego aéreo e por que um de seus sistemas Buk estava na área”.
Os
separatistas tiveram acesso a esse tipo de equipamento e não fizeram
questão de esconder isso, divulgando imagens do sistema antiaéreo em
redes sociais. Para o embaixador russo, no entanto, um vídeo com o Buk
“foi filmado, na verdade, em território ucraniano, e, portanto, não
poderia ter sido controlado pelos rebeldes”.
Vale lembrar que os
separatistas autoproclamaram independentes áreas do leste da Ucrânia,
como Donetsk e Lugansk, depois de a Rússia ter anexado a península da
Crimeia, no sul do país, ignorando sanções e violando leis
internacionais e a soberania do vizinho. Resta saber a qual território
ucraniano o diplomata se referia.
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