terça-feira, 22 de julho de 2014

Dilma nega estatização do futebol. Que tal aplicarmos nela uma goleada argumentativa de 7×0?

dilminha
Prestem bem atenção no título desta matéria do UOL: “Dilma nega estatização do futebol, mas defende mudanças na gestão”. Em termos de guerra política, este tipo de discurso é ótimo para nós, pois ela está na defensiva. E, como já nos diz Horowitz, o ataque é a melhor defesa na seara política.
Dilma se enfureceu por que Aécio criticou as propostas socialistas do PT para o futebol:
O futebol brasileiro precisa, é claro, de uma profunda reformulação. Mas não é hora de oportunismo. Principalmente daqueles que estão no governo há 12 anos e nada fizeram para melhorá-lo. E nada pode ser pior do que a intervenção estatal. O País não precisa da criação de uma ‘Futebrás’.
Os frames foram perfeitos, pois ele também propõe reformulação, mas jamais a partir de um governo como o do PT, além de associar a proposta petista à Petrobrás, que enfrenta escândalos de corrupção.

Como resultado, ela teve que se defender. Disse ela:
Os que queriam transformar a Petrobras em Petrobrax, desvirtuam, agora, nossa posição de apoiar a renovação do nosso futebol. O Brasil não quer criar a Futebrás. Quer, sim, acabar com a Futebrax e deixar de ser um mero exportador de talentos.
Isso mostra o nível da “competência” do PT para “gerir futebol”. Ela está tratando de um problema (a eliminação do Brasil da Copa) atacando o fato do Brasil ser “exportador de talentos”. Mas uma coisa não tem nada a ver com a outra, pois a seleção pode contar com todos os jogadores exportados. Qualquer criança já sabe disso.

Ela acabou de nos provar que não sabe absolutamente nada do que está falando, e que a tal “renovação” proposta por ela não faz o menor sentido.
O governo não quer comandar o futebol, pois ele não pode, nem deve ser estatal. Queremos ajudar a modernizá-lo. Contem conosco para isso. O futebol, que é atividade privada, precisa ter as melhores práticas da gestão privada, nas áreas comercial, financeira e futebolística.
Ué, se o futebol deve buscar as melhores práticas da gestão privada, como elas podem surgir de “intervenção estatal”? Lembrando que o governo só consegue ser competitivo nas áreas em que tem monopólio, exatamente ao contrário das empresas privadas, que estão acostumadas à competição.

Dilma apela à estimulação contraditória, pois até sua proposta entra em contradição com intervenção estatal.

Na verdade, intervenção estatal significa criação de ministérios, cargos e mais aparelhamento estatal, sem qualquer necessidade de entregar algo que preste. É o oposto do que precisamos para o futebol.

Continuemos com o besteirol:
Somos uma das maiores economias do mundo e podemos ser uma das maiores bilheterias do futebol. Devemos ampliar oportunidades para nossos craques jogarem no Brasil, dando a eles as mesmas condições do mercado internacional [...] As oportunidades devem ir das divisões de base ao nível profissional. Só assim garantiremos que jogadores de excelência fiquem no Brasil. Temos um imenso talento e amor pelo futebol. Temos agora os melhores estádios. Com renovação, teremos sempre o melhor futebol do mundo.
É por isso que o socialismo nunca fez qualquer nação evoluir. As propostas dessa gente nunca são pensadas para resolver o problema tratado, mas para ampliá-lo, pois o fim dessas implementação é um só: ganhar poder no estado.

Já é possível notar os erros lógicos, contradições e lorotas nas propostas destas figuras deprimente logo de cara. Vamos lembrar só alguns pontos, goleando-os em termos argumentativos:
  1. O Seleção Brasileira conta com todos os jogadores do exterior, portanto a proposta falando em “retenção de jogadores no Brasil” não tem absolutamente nada a ver com evitar fracassos como o Mineiraço.
  2. A retenção forçada de jogadores no Brasil só pode ocorrer a partir da limitação da oportunidades no exterior. Mas isso desestimularia a geração de novos craques (que obtem oportunidades a partir das vagas “liberadas” pelos jogadores que foram jogar no exterior). Quer dizer: retenção forçada de jogadores (a partir de intervenção estatal) é oposta à geração de oportunidades para os novos craques.
  3. O fornecimento de “mesmas condições do mercado internacional aqui no Brasil” só poderia ocorrer a partir do enriquecimento do Brasil (lê-se por aumento do PIB), e não tem nada a ver com intervenção no futebol. Na verdade é um efeito causado no futebol a partir do desenvolvimento do livre mercado, o único capaz de enriquecer um país. E para ser mais inimigo do livre mercado que o PT, só o PCdoB e o PSOL.
  4. O PT é um partido atuante na criminalização do trabalho adolescente, o que, se levado à cabo com sucesso, reduzirá inevitavelmente o potencial de geração de craques nas divisões de base.
  5. Os petistas (assim como demais socialistas) jamais gostaram de futebol, pois sempre o chamaram de “ópio do povo”. Mas mesmo que aprendessem a gostar, isso não muda o fato de que não entendem absolutamente nada do riscado. Tanto que os cronistas do PT (basta pesquisar o que eles diziam pela BLOSTA antes do Mineiraço) dã um verdadeiro show de vergonha alheia quando tratam do assunto.
  6. Alias, se eles sequer prestassem atenção ao que é futebol, saberiam que o Brasil é o atual campeão da Copa das Confederações, cuja última edição ocorreu há meros dois anos. Alias somos um país penta-campeão do mundo, sendo que dois destes títulos ocorreram nos últimos vinte anos (nenhum deles na gestão do PT, diga-se, de passagem). Esses dados não nos levam à conclusão de que há problemas na “renovação de craques”, mas nas escolhas erradas de um técnico.
  7. E para completar a goleada, basta lembrarmos que eles poderiam demonstrar conhecer um pouco de futebol, identificando o problema “Felipão” logo à partida. Não fizeram. Demonstraram que a única ação útil e cabível  (protestar contra Felipão e Parreira) eles não foram capazes de fazer. Sinal de que quanto mais longe o estado petista (assim como qualquer um deles) estiver do futebol, melhor.
E olhe que, assim como no caso dos jogadores alemães, pode-se dizer que eu poderia ampliar o placar, mas, por questões de tempo, vamos ficar só em 7, por enquanto.
A proposta de intervenção do estado no futebol é não só imoral como descabida. 

Quem quer que defenda esses tipo de ideia e não estiver de má fé (como, por exemplo, querer mamar nas tetas do estado) com certeza deve ser questionado se está em seu juízo perfeito.

Para piorar, tudo é de um oportunismo rasteiro, em uma tentativa canhestra de manipular a opinião pública. Mas com a pressa por resultados, além de atordoados, os petistas começaram a colar expressões como “renovação de craques” e “intervenção estatal” como solução para evitar que o Brasil seja eliminado de copas do mundo.

Só que o discurso que usaram é tão cretino que, se ficarmos no ataque, os faremos novamente ficar na defensiva, pois, em termos lógicos, o que eles propõem é completamente insano e descabido, além de oportunista e baixo. É hora de aproveitarmos o show de delírios petista e partirmos para o ataque.

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