A única esperança do PT é que o ministro da Marquetagem Eleitoral,
João Santana (ao fundo) consiga pintar um quadro de fantasia e ilusão no
horário eleitoral, recuperando a imagem da Presidente da Maquiagem.
A safra de dados econômicos
negativos divulgados no dia de ontem, unida com os números da pesquisa
Datafolha, mostra que a até então inesgotável capacidade de tentar
resolver a crise com factóides, demonstrada por Dilma Rousseff nos
últimos três anos, acabou. O governo esperava rolar a crise econômica
com a barriga até setembro, quando a reeleição, teoricamente, estaria
encaminhada.
Ontem foram divulgados
três indicadores preocupantes, reforçando previsões de que o PIB (Produto Interno
Bruto) brasileiro em 2014 crescerá apenas um pouco acima de 1%, ante os 2,5% do
ano passado. A renomada consultoria Tendências já prevê um pibinho de 0,6%!
Primeiro, o indicador de
atividade econômica calculado pelo Banco Central (IBC-Br) registrou em maio o
pior desempenho dos cinco primeiros meses do ano, uma retração de 0,18% na
comparação com abril. A queda foi puxada pelo fraco desempenho da indústria e
do comércio.
Em segundo, o Ministério do
Trabalho informou que a criação de empregos formais foi a menor para um mês de
junho desde 1998 --foram geradas 25.363 vagas. No primeiro semestre, foram
588.671 novos postos com carteira assinada, menor saldo para esse período do
ano desde 2008 (397.936 vagas). Em relação a junho do ano passado, a queda passa de 100.000 empregos.
Por fim, o setor de serviços,
segundo dados do IBGE, registrou em maio a segunda menor taxa de crescimento na
série do instituto. Sem descontar a inflação, o
faturamento cresceu 6,6% na comparação com maio de 2013, maior apenas do que os
6,2% de abril. Considerando a inflação em 12 meses, o avanço foi quase nulo. A expectativa é que a Copa tenha
impulsionado o setor em junho e julho. O problema é que a indústria tende a
piorar no período exatamente por causa do torneio.
Analistas avaliam que a economia
possa esfriar ainda mais em junho. Então ainda não chegamos ao fundo do poço? A consultoria LCA espera queda de 1,5% em
relação a maio no indicador do BC. A consultoria Rosenberg também afirma ser
provável recuo próximo de 1%.
O pânico toma conta da campanha de Dilma Rousseff, porque não há mais
mágica a fazer na economia. O estrago foi produzido durante um governo
inteiro que preferiu maquiar, manipular e usar a contabilidade criativa
para enganar o eleitor, esquecendo que a vida no supermercado é real.
Não tem photoshop que resolva.
Os dados da inflação oficial ainda tentam mascarar o aumento do preço
dos alimentos para além de dois dígitos, tentando convencer a dona de
casa que houve um recuo dos preços de alimentos. Não há mais confiança
em recuperação econômica e as expectativas da população quanto ao futuro
caem a cada dia.
Ao governo resta torcer que a
piora no mercado de trabalho não seja tão forte antes de setembro,
reduzindo impactos negativos para a reeleição da atual presidente. Mas
uma outra grande dúvida é sobre a extensão da conta negativa
do pós-Copa. A indústria seguirá demitindo, ainda não sendo possível
avaliar
como serão as demissões de trabalhadores temporários contratados para o
torneio.
O ritmo fraco da economia foi
determinante para que o BC mantivesse inalterada a taxa de
juros, em 11% ao ano. No mercado, já há especulações de
que o BC poderia reduzir os juros nas próximos reuniões. Corremos o
risco de ainda ver um governo agindo no limite da responsabilidade para
tentar reeleger Dilma. Se eles já fazem o diabo na internet, também
podem querer fazer o diabo na economia.
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