sexta-feira, 18 de julho de 2014

Jorge Oliveira A caminho da derrota, Dilma pode encerrar ciclo de poder do PT


Publicado: 18 de julho de 2014 às 15:56

Brasília – Não faz muito tempo o Ibope deu uma de João sem braço e tentou aproximar Aécio e Eduardo da rejeição da Dilma. Agora, a pesquisa do Data Folha, conserta o erro. A Dilma lidera a rejeição com quase 40% e os seus dois principais adversários têm entre 15% e 16% respectivamente. Com a queda em mais dois pontos, de 38% para 36% na intenção de voto, a presidente caminha para o cadafalso e dificilmente será reeleita. Além disso, seu governo é considerado ruim por quase 30% dos eleitores. No segundo turno, uma revelação que deixou os petistas arrepiados: Dilma empata com Aécio, que ainda não é conhecido por boa parte da população. Quem apostou na Dilma vai mudar de palpite, se não quiser se frustrar.

As campanhas ainda não estão nas ruas. Os candidatos fazem apenas caminhadas em algumas capitais e participam de debates fechados. Mas o espaço na mídia agora é igual para todos eles. Quem se planejar para bons eventos evidentemente vai chamar a atenção dos eleitores, o que não vem ocorrendo com Eduardo Campos que caiu nas pesquisas depois que começaram as campanhas. Continua com um discurso vazio e sem objetividade. Carrega o peso da vice Marina Silva que tem dificuldade em se comunicar com o eleitor pelo discurso rebuscado e de difícil compreensão.

O Planalto aposta numa reviravolta. Considera que o bom tempo de televisão que dispõe pode reverter a popularidade da presidente que já sente, como a Seleção Brasileira, o peso de ter que vencer as eleições para não enfurecer os petistas  no poder há 12 anos. Mas se não deslanchar durante os primeiros programas, o ambiente dentro da campanha vai ficar insuportável e a partir daí ninguém se entende.  A exemplo de Felipão, em quem a Dilma disse se espelhar, os marqueteiros serão execrados e responsáveis pelo fracasso da candidata.

No ambiente do Aécio e de Eduardo, caso este cresça, será de euforia a cada ponto que avançar nas pesquisas, o que certamente vai influenciar os programas da TV, as caminhadas e a militância que se mobiliza com mais rapidez a medida que o seu candidato cria expectativa de poder. Pelo andar da carruagem, o PT amarga uma das disputas mais acirradas dos últimos dez anos. Com um detalhe: vai ter que administrar a tendência de queda na intenção de voto e o crescimento da rejeição da sua candidata.

O últimos números do Datafolha, já contabilizados depois da Copa do Mundo, mostram que o comercial do Blatter a favor da organização do evento não surtiu efeito. Não pingou um voto sequer nas urnas a favor da Dilma. Ao contrário, todos os seus índices: aprovação do governo, rejeição e aceitação são desfavoráveis. E para piorar, o Datafolha tratou de corrigir o erro do Ibope na rejeição dos adversários da Dilma.

Outro fator que joga contra o PT é a estagnação econômica que reflete negativamente em todos os setores, inflação alta e sem controle, inadimplência da pessoa jurídica e física na estratosfera, maquiagem dos números para falsear os índices econômicos, obras inacabadas e superfaturadas na Copa, falta de planejamento e inaptidão dela para administrar o país. 


Para coroar o fracasso, na política ela conta com outras adversidades: o fastio dos militantes petistas e de parte da cúpula do PT com a sua campanha, a falta de apoio do empresariado, que começa a debandar para o Aécio, e a dissidência do PMDB, principal aliado, em vários estados.

Em 2015, quem sabe, o Brasil não respira melhor.

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