O empate técnico entre Dilma
Rousseff e Aécio Neves em um eventual segundo turno e a queda no nível de
aprovação do governo na pesquisa Datafolha divulgada ontem à noite foram o
estopim para a alta da Bovespa nesta sexta-feira. O Ibovespa fechou acima dos 57
mil pontos, no maior patamar desde 14 de março de 2013 (57.281).
“O nível de aprovação do governo
da Dilma caiu para 32%. Historicamente, governos com aprovação inferior a 34%
não conseguem se reeleger”, destacou o estrategista da SLW Corretora, Pedro
Galdi. “De um lado você tem a queda de
Dilma nas pesquisas. Do outro, indicadores cada vez piores da economia, como o
Caged e o IBC-BR divulgados nesta semana. A chapa está esquentando”, comentou o
especialista, lembrando que a frequência de divulgação das pesquisas vai
aumentar daqui até as eleições, em outubro. “Teremos um aumento da volatilidade
na bolsa, mas com um viés de alta”, disse Galdi.
O Ibovespa fechou em alta 2,47%,
aos 57.012 pontos, e forte volume financeiro, de R$ 10,129 bilhões. Desta
forma, a bolsa brasileira acumulou alta de 4,06% na semana e 7,23% em julho. No
ano, a alta já beira os 11%. “O Ibovespa cumpriu o objetivo de alta, que era
atingir os 57 mil pontos. Esse movimento reforça a tendência de alta, rumo aos
63 mil pontos (máxima atingida em janeiro de 2013)”, afirma o analista técnico
da Clear Corretora, Raphael Figueredo.
“Esse movimento tende a ficar
mais forte com a proximidade das eleições e o aumento da possibilidade um
segundo turno, reforçando a avaliação predominante no mercado de que Dilma não
será reeleita. As altas serão cíclicas, acompanhando o calendário de divulgação
das pesquisas”, aponta o grafista. Figueredo acredita que, depois da forte alta
desta semana, o Ibovespa deve passar por um período de correção nos próximos
dias, podendo retornar até os 55 mil pontos, sem prejudicar a tendência de
alta. “O aumento das tensões no exterior devem merecer atenção e servir como
justificativa para uma realização na próxima semana.”
Entre as principais ações do
índice, Petrobras PN (4,90%, a R$ 20,52) puxou os ganhos, acompanhada de Itaú
PN (4,89%, a R$ 35,14), Bradesco PN (4,78%, a R$ 35,02), Ambev ON (2,65%, a R$
16,63), enquanto Vale PNA registrou leve recuo de 0,03%, para R$ 28,15. No topo
ficaram MRV ON (8,53%), CSN ON (8,23%) e Eletrobras ON (6,20%). O conselho da
CSN aprovou hoje um novo programa de recompra de ações. Serão até 64,2 milhões
de papéis, a serem adquiridos entre os dias 18 de julho e 18 de agosto. O
último programa foi encerrado porque a companhia já possui 70,2 milhões de
ativos em tesouraria. Destes, 60 milhões de papéis serão cancelados. Ontem a
ações fecharam com queda de 6,64%.(Valor Econômico)
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