Ganhará a eleição quem permanecer no debate de ideias
A partir da próxima segunda-feira, começa uma nova campanha eleitoral
no DF, com a definição dos concorrentes ao segundo turno. O cenário,
ainda é indefinido com o governador Agnelo Queiroz (PT) e Jofran Frejat
(PR) empatados tecnicamente em segundo lugar na preferência dos eleitores. Rodrigo Rollemberg (PSB) segue como líder isolado, segundo as pesquisas de intenções de voto. ...
A campanha de
ataques pessoais deve se acirrar nesta etapa. Para o publicitário Chico
Santa Rita, as eleições deste ano apresentam uma peculiaridade, que ele
chama de “deformação do marketing
político”. “Esses excessivos ataques e as situações que não são claras,
mentirosas e até absurdas deveriam ser evitadas no segundo turno”,
opina.
Ganhará a
eleição quem permanecer no debate de ideias, explica Santa Rita. “O que
eu recomendo é que os candidatos vão fortemente para o debate político, de ideias, não só políticas, mas daquilo que a cidade, o estado, precisa”, explica.
É a
oportunidade de se debater os rumos para o futuro da cidade, no segundo
turno, e propor soluções, conforme o veterano do marketing político. “O
DF está cheio de problemas e carências. Este é o momento de se discutir
isso e não entrar em linha de mentiras, ataques e promessas vazias”,
destaca.
Ele explica que
o eleitor está de olho nos candidatos e vai se decidir, de acordo com
as propostas e não ataques. “Eu acho que Brasília precisa é de um
verdadeiro e profundo debate das situações que a cidade tem, para melhorar a vida
da população. E E os problemas que assolam a capital não são fruto só
de uma administração, mas de uma história toda”, considera.
zero a zero
Em uma coisa as
campanhas de Rollemberg, Frejat e Agnelo concordam: segunda-feira
começa tudo de novo. “As condições se igualam na propaganda gratuita,
as atenções se voltam todas para apenas dois candidatos. A alma deles
aparece no segundo turno”, afirma a campanha de Frejat. “Segundo turno,
historicamente, é uma outra eleição”, dizem os petistas de Agnelo. “Com
pouco tempo de campanha e muito tempo de TV”, completa a campanha de Rollemberg.
Prontos para o enfrentamento
As três
campanhas não revelam suas estratégias para o enfrentamento, mas
garantem que estão preparadas para os embates. Frejat diz que insistirá
no programa de governo
da coligação, na tentativa de continuar a herdar os votos do
ex-governador José Roberto Arruda (PR), que desistiu de concorrer, após
ser barrado pela Justiça Eleitoral. “Não vamos mudar muito a sequência”,
garante.
“A estratégia
depende, em parte, do adversário que teremos”, pondera a coordenação da
campanha de Rollemberg. Ele diz não ter cartas na manga, mas o
candidato deve continuar a participar dos debates e em contato com
a população. A presença de Marina Silva, candidata favorita dos
brasilienses, segundo as pesquisas eleitorais, é certa no palanque. Ela
certamente virá a Brasília e estará nos programas e material de
propaganda, acredita o comando de campanha, que pretende fazer pelo
menos um grande ato com ela.
“Nunca houve o
sentido de provocação”, diz a campanha de Agnelo, quando perguntado se
partirão para o enfrentamento, como já ocorreu com Rollemberg na
campanha de primeiro turno. “Ele escondeu o fato de ter conseguido
emprego no Senado por influência da família. Escondeu também que fez concurso mais tarde e foi reprovado”, alfineta.
“O eleitor
também gosta da troca de baixarias entre candidatos”, arrisca o
cientista político Paulo Kramer. Ele argumenta que programas de
televisão que exploram o enfrentamento têm grande audiência no Brasil.
“Os candidatos são barraqueiros porque são representativos do povo, que é
barraqueiro também”, critica, para, depois, contemporizar: “Mas é uma perda de tempo precioso que poderia ser aplicado na discussão de propostas para melhorar a vida do cidadão brasiliense”.
Fonte: Jornal de Brasilia. Por MILLENA LOPES - 29/09/2014 - - 08:50:12
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