segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Explorar “contradições” de rivais é foco de equipe do PT para redes sociais. Eles estão certos. E para mim, isso não é nenhuma novidade…

cantalice

Sempre que você vir um “especialista em política” dizendo que a política baseada em ataques não dá certo, pode suspeitar logo de cara. Veja a notícia mostrando que o ataque aos adversários é o foco da equipe do PT para as redes sociais, do UOL:
Atacar, primeiro. Propor, depois. Assim pode ser definida a estratégia do comando das redes sociais do PT para o segundo turno das eleições presidenciais segundo o vice-presidente da legenda, Alberto Cantalice, que também responde pela coordenação das redes sociais do partido. “Vai ser assim até o final”, diz.

Cantalice coordena uma equipe de aproximadamente 20 pessoas que, em pouco mais de dois meses, foi responsável por quase dobrar o número de “curtidas” no perfil de Dilma Rousseff (PT) no Facebook. No início de julho, Dilma tinha pouco mais de 690 mil “curtidas”. Hoje, elas são quase de 1,2 milhão. O número de curtidas da página do PT na rede social também quase dobrou. Saiu de 256 mil em julho para mais de 433 mil.
Para o segundo turno, Cantalice afirmou que sua equipe terá duas prioridades: atingir os adversários e explorar pontos positivos de Dilma. “Nosso foco será reverberar as contradições deles e, depois, divulgar as ações do PT e da candidata Dilma”, explicou Cantalice. A estratégia descrita por ele parece consonante com o núcleo duro da campanha de Dilma. Na última semana, seis inserções de rádio explorando o que o partido qualifica como ´mudanças de ideia´de Marina Silva (PSB) foram veiculadas. No mesmo dia, as inserções estavam disponíveis na página de Dilma na internet.

Cantalice disse que a função de sua equipe é não atacar ninguém no âmbito pessoal.

“Vamos continuar trabalhando, mas não estamos atacando ninguém pessoalmente. É tudo no campo político”, diz o coordenador.
Vamos aos fatos. Há problemas morais na campanha do PT, como o uso de mentiras contra o povo, ética distorcida e sistema de pensamento inerentemente monstruoso, além de mais um ou dois fatores. Mas tirando esses fatores, todos (prestem atenção: todos) os demais componentes da propaganda petista devem ser copiados pelos seus adversários.

Não nego que eles são o verdadeiro template atual de como se faz uma campanha política. É só ler Horowitz, Alinsky, Lakoff, Gramsci e Chomsky, só para citar alguns exemplos, e perceber que eles seguem tudo direitinho. 

Enquanto isso, o PSDB, ao menos para a campanha presidencial, é um exemplo de como não se fazer uma campanha política. Ver a campanha do PT e a do PSDB é como ver um pattern e um anti-pattern, como existe na indústria de software

Um alerta: sugiro que deixem de “travar” quando falo para usarem os bons exemplos da campanha do PT (desde que você não caia nos problemas morais deles, é claro) e entendam que os resultados só virão para quem atuar direito, em termos de guerra política.

Como exemplo, o PT usa a campanha do medo, mas com mentiras. O que impede o PSDB de usar uma campanha de medo com base em verdades do que ocorre na Venezuela? Nada. E o que o PSDB fez nesse sentido? Nada. Então aí temos um problema: o da omissão.

Atacar o oponente é um dos princípios da guerra política. Como disse Horowitz, “na guerra política, o agressor geralmente prevalece”.

Alias, no programa de TV Dilma quase não está mais atacando seus oponentes, pois não precisa: Aécio já está fazendo o serviço ao atacar Marina. Mas nas redes sociais, quando eles não possuem limitação de tempo, os ataques serão cada vez mais fulminantes e virulentos.

Como de costume, assistimos o PT fazer uma campanha correta enquanto seus adversários fazem a campanha que os governistas pediram a Deus. O PSB até que tenta, mas o PSDB parece já ter entregue a rapadura.

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