Para um brasileiro medianamente letrado, causa horror o
julgamento que os estrangeiros fazem de nós. Os governantes dos países
civilizados do Hemisfério Norte compreenderam que nossos governos são
delirantes e inconsequentes, como piás que ainda sabem pouco sobre a vida.
Julgam-se heróis quando são visto como cômicos produtos da ignorância. Sobre
isso lembrem Collor e Lula.
Os empresários internacionais sabem que o Brasil é
a terra da comissão. Preocupam-se menos com a qualidade das obras que pretendem
executar do que com os valores a pagar aos técnicos e diretores das empresas
nacionais. Estão aí as notícias sobre obras de túneis, metrôs, estradas e
pontes todas elas com valores acima do correto, ágio a ser pagos por
empresários-delinquentes, nacionais e estrangeiros, para os canalhas dos nossos
executivos.
Os turistas sexuais, principalmente italianos e nórdicos, sabem que
os hábitos aqui são mais do que permissivos e sua lascívia – desde que paga em
euros – não só é aceita, como comemorada.
Os demais amam nossa geografia e
estão dispostos a sofrer em aeroportos péssimos, estradas ruins e mão de obra
razoável para chegar ao Cristo, Pantanal, Amazônia e as Cataratas. O que ainda
nos sobra de bom é nossa geografia. Por isso nossa autoestima lá em baixo. Porque
estamos presos por pesadas correntes a hábitos ruins, justiça precária e
facilidade de agir contra as leis que regem a nação.
Quando dezenas de milhares de gaúchos de todo o país, no dia
20 de setembro passado, desfilaram a cavalo pelas ruas de nossas cidades,
aplaudidos por plateias entusiasmadas e assistidos por milhões através da TVE
Brasil e RBSTV, a palavra chave de todos os grupamentos era TRADIÇÃO. Tradição
de que?
Dos valores perdidos pelos brasileiros.
Honra, coragem, amor à terra. Aonde se esconde a honradez, envergonhada
com os governantes? Onde está à coragem dos legislativos – de todos os níveis –
que tudo aprovam em silêncio solidário e delituoso?
Então temos que gritar
nosso amor à terra. Os gaúchos dizem: sou gaúcho e me basta. Não basta. Amor à
terra, só o que nos resta de um passado lembrado com amor, obriga-nos a pensar:
esta é a nação que queremos? Com estradas, portos, aeroportos, segurança, saúde
e educação de países indigentes? Com políticos que são a estátua viva da
devassidão?
Temos mais valor que isso, mas, escravos, temos de aceitar.
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