sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Aço ecologicamente correto


Por Domingos Zaparolli (Especial para iG São Paulo)





Siderúrgicas brasileiras investiram R$ 763 milhões em 2013 para aperfeiçoar estratégias que reduzem o impacto ambiental

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Cada vez mais modernas , as pontes são geralmente construídas com vigas de metal que hoje são soldadas e não mais fixadas com rebites
O equilíbrio ecológico é premissa para a manutenção das condições de vida na Terra e a preservação do meio ambiente e, nas últimas décadas, assumiu posição de destaque entre as preocupações da sociedade global. Ao mesmo tempo, também há um anseio global pela obtenção de conforto por meio do uso dos mais diversos bens materiais.

Conciliar os dois objetivos, no entanto, não é impossível. Para isso, tem-se buscado modelos ecoeficientes de produção, aqueles que privilegiam o menor impacto ambiental.

Na indústria do aço a ecoeficiência é um conceito cada vez mais difundido e até mesmo obrigatório, na medida em que órgãos de regulamentação e defesa ambiental, agentes financeiros e consumidores passam a se interessar pelos possíveis efeitos colaterais dos processos produtivos.

No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) criou um sistema de averiguação e certificação de procedimentos ecologicamente corretos na produção do aço. Em 2011, a ArcelorMittal Aços Longo se tornou a primeira siderúrgica do país a obter o selo verde da ABNT.

Segundo o Instituto Aço Brasil, em 2013, as siderúrgicas nacionais investiram R$ 763 milhões na área ambiental e as práticas ecoeficientes geraram impactos importantes para o meio ambiente.

No ano passado, as siderúrgicas reutilizaram 4,7 bilhões de metros cúbicos de água, 96% do total demandado. Foram descartados 85,5 milhões de metros cúbicos de efluentes de água doce, mas não sem antes passar por processos de recuperação de sua qualidade.

Entre as grandes siderúrgicas brasileiras, o carvão vegetal é utilizado em 10% da produção de aço e o insumo é quase que completamente obtido de áreas certificadas de manejo florestal. O setor, porém, ainda convive com produtores de ferro gusa, que utilizam carvão de floresta nativa em sua produção. Para mudar essa situação, em 2012 foi assinado junto ao Ministério do Meio Ambiente um “Protocolo de Sustentabilidade do Carvão Vegetal”, estabelecendo metas de restrição ao uso de matas nativas.

Cada tonelada de aço produzido gera 594 quilos de resíduos. Em 2013, foram 17,7 milhões de toneladas de resíduos e 88% foi reaproveitado. O principal uso é como matéria-prima para a indústria de cimento. Os resíduos também são aplicados como insumo para a pavimentação de estradas, nivelamento do solo e na produção de itens industriais, como imãs.

O aço é um material 100% reciclável. Tudo que é produzido, no futuro, se transforma em outro bem. As aciarias elétricas, por exemplo, são usinas alimentadas por sucatas. Em 2013, foram reutilizadas no país 10,3 milhões de toneladas de sucata de ferro e aço.

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